No início de julho, a unidade de saúde de Sobradinho, no Distrito Federal, veio à tona após uma inspeção realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A visita, feita na manhã desta terça-feira (1º), expôs uma realidade alarmante: a superlotação e a precariedade no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Situação crítica na UPA de Sobradinho
De acordo com o presidente da comissão, o deputado Fábio Félix (Psol), as salas de atendimento da UPA estão com um número de pacientes muito acima da capacidade máxima. Ele informou que, pela classificação oficial, a sala verde deveria abrigar até três pessoas em leitos de estabilização, mas atualmente conta com 19 pacientes internados. As salas amarela e vermelha também apresentam lotação acima do que é considerado seguro.
“A UPA de Sobradinho deveria atender um máximo de 5 mil pessoas por mês, mas está recebendo até 8 mil. Isso gera um impacto direto na qualidade do atendimento prestado, precarizando o serviço essencial que deveria proteger e cuidar da saúde da população”, declarou o deputado.
Impactos na saúde e segurança dos pacientes
Os efeitos dessa superlotação são visíveis e alarmantes. Em maio, casos trágicos foram reportados na UPA, incluindo a morte de duas pessoas, cujas famílias relataram que enfrentaram demora extrema no atendimento, a falta de exames necessários e o desamparo de não poderem ter acompanhantes durante momentos decisivos na sala vermelha, dedicada a emergências.
As críticas à situação da UPA de Sobradinho não são novas. Nos últimos meses, várias denúncias de negligência têm chegado à CLDF, evidenciando a necessidade urgente de soluções que atendam as demandas da população. O espaço que se propõe a ser um acolhimento para os pacientes se transforma, na realidade, em uma cruzada crítica de espera e sofrimento.
Respostas da gestão das UPAs
O g1 tentou um contato com o Iges-DF, responsável pela gestão das UPAs da capital, a fim de esclarecer a situação e as medidas que estão sendo tomadas para combater a superlotação e melhorar os serviços prestados. No entanto, até a publicação deste artigo, a instituição não havia se pronunciado.
A expectativa da população e o papel do governo
Diante de um cenário tão preocupante, as expectativas da população são de que o governo local tome medidas eficazes para resolver a situação. A saúde pública é um dos pilares de qualquer sociedade que deseja ser justa e acolhedora. Cada paciente que adentra as portas da UPA de Sobradinho merece respeito e atenção, independentemente da quantidade de pessoas aguardando por um atendimento.
A continuidade dessas denúncias e a falta de resposta institucional podem levar a um cenário ainda mais dramático e desesperador. É fundamental que a sociedade se mobilize e cobre das autoridades ações que não apenas tratem, mas que previnam a superlotação, garantindo dignidade e humanidade a todos os cidadãos que buscam atendimento médico em um momento de vulnerabilidade.
Conclusão: a urgência por mudanças
O caso da UPA de Sobradinho é um chamado à ação, um alerta que deve ecoar em todas as esferas da gestão pública. A saúde é um direito básico e indiscutível, e as condições apresentadas nesta Unidade de Pronto Atendimento mostram que é necessário um esforço conjunto para reverter essa crise. O futuro da saúde pública no DF depende da disposição de enfrentar os problemas de frente, promovendo mudanças que atendam as necessidades reais da população.