A Câmara dos Deputados pode votar nesta segunda-feira (1º) o pedido de urgência de um projeto que propõe o corte de benefícios fiscais, em meio a tensões crescentes com o governo federal. A iniciativa ocorre após os parlamentares derrubarem o decreto presidencial que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Separação de propostas e posicionamentos políticos
A proposta sobre benefícios fiscais, de autoria do senador Espiridião Amin (PP-SC), foi mencionada na última reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes no Congresso, no dia 8 de junho. Segundo fontes do Palácio do Planalto, Haddad afirmou que a equipe econômica estava elaborando um texto próprio para tratar do tema.
Enquanto isso, os deputados avançaram na tramitação de suas propostas. Para governistas, ambos os textos — o do Executivo e o do Congresso — poderiam ser alinhados com ajustes, mas a iniciativa de aceleração por parte da Câmara deixou o governo em alerta.
Tensão entre Legislativo e Executivo
O movimento na Câmara evidencia a crescente tensão entre os poderes, especialmente após a rejeição do aumento do IOF, uma medida que o governo defendia como importante para equilibrar as contas públicas. A derrubada do decreto colocou em xeque as negociações sobre a agenda fiscal de curto prazo.
Segundo analistas políticos ouvidos pelo Fonte, a votação desta segunda será um teste para a articulação governista na Casa, podendo indicar o ritmo das tramitações futuras de propostas econômicas.
Perspectivas para a tramitação
Caso o pedido de urgência seja aprovado, o projeto poderá tramitar com prioridade, acelerando sua análise no plenário e nas comissões. A estratégia do Legislativo de acelerar as discussões contrasta com a postura do Executivo, que busca manter o foco na adesão a medidas de ajuste fiscal e reformas.
Especialistas apontam que essa disputa reflete um momento de forte embate político sobre os rumos da política fiscal brasileira, sobretudo em um cenário de instabilidade e dificuldades econômicas.
Próximos passos
O governo prepara uma resposta política para o avanço do projeto na Câmara, enquanto aguarda a deliberação do pedido de urgência. A tendência é que o tema seja uma das prioridades na agenda desta semana, com possíveis reações tanto do Congresso quanto do Executivo.