O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Costa Bueno, se manifestou em uma petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), negando ter buscado informações da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Este esclarecimento ocorre em um momento tenso, com depoimentos agendados para a Polícia Federal (PF) e investigações em andamento sobre uma suposta trama golpista.
Desdobramentos da investigação sobre Mauro Cid
O depoimento de Bueno está agendado para esta terça-feira (1º/7), às 15h. O advogado já pediu para ser dispensado dessa audiência, mas até o momento não recebeu uma decisão do ministro Alexandre de Moraes. Bueno, que representa Bolsonaro, enfatizou que nunca se comunicou com terceiros para tentar obter informações sobre a delação de Cid.
Na mesma petição, ele revela ter se encontrado brevemente com a mãe de Cid, mas alega que o que o ex-ajudante trouxe em seu depoimento à PF é distorcido e falso. Segundo ele, esse encontro ocorreu nas dependências de um clube hípico em São Paulo durante um evento realizado em agosto de 2023, bem depois do tempo em que começou a conhecer Cid, que ocorreu em março do mesmo ano.
“Com efeito, o único episódio em que o peticionário esteve, e esteve brevemente, com familiares do Cel. Cid, foi justamente por ocasião da edição 2023 do Torneio Indoor na Sociedade Hípica Paulista”, detalhou Bueno, referindo-se ao evento que é conhecido como ‘Longines São Paulo Horse Show’.
O papel de Fabio Wajngarten na trama
De acordo com Bueno, um ex-assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, o procurou dias antes do torneio, pois o pai de Cid, o general Mauro Lourena Cid, havia o contatado em busca de ajuda para viabilizar a inscrição da neta no concurso hípico. Bueno, que é entusiasta de competições e tem uma ligação com o Exército, reforçou que Wajngarten demonstrou empatia pela situação da família Cid, que estava sob enorme pressão midiática e com o coronel Cid em custódia há mais de três meses.
Wajngarten teria então solicitado a Bueno a ajuda como um favor pessoal, destacando uma amizade existente entre ele e a família Cid. O advogado, em sua petição, reforçou sua intenção de ser dispensado do depoimento, esclarecendo que já forneceu suas explicações na mesma petição.
O que está em jogo
Os depoimentos de Wajngarten e Bueno estão relacionados a um inquérito de obstrução da ação penal que investiga uma possível tentativa de desestabilizar o processo que interrogava Bolsonaro após os eventos do 8 de janeiro, quando ocorreu uma tentativa de golpe em Brasília.
Além de Bueno e Wajngarten, também prestarão depoimento nesta terça-feira Marcelo Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz. Este último apresentou à PF gravações de áudio onde conversa com Mauro Cid. Enquanto os dois advogados serão ouvidos em São Paulo, Marcelo Câmara prestará seu depoimento em Brasília, onde se encontra preso.
Conclusão
O desenrolar desse caso é crucial para o futuro político de Bolsonaro e para a reputação de seus aliados. A situação mostra como as investigações e as delações premiadas podem impactar diretamente figuras públicas e suas defesas em processos legais complexos. A sociedade brasileira aguarda ansiosamente os desdobramentos seguintes, uma vez que a trama de poder e obstrução de justiça está se desvelando em um momento chave da política nacional.
À medida que novas informações surgem, a transparência e a verdade sobre os fatos se tornam indispensáveis para a manutenção da democracia e da justiça no país.