Na última segunda-feira, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, fez uma declaração contundente durante sua participação no programa Roda Viva da TV Cultura. Embora Jair Bolsonaro esteja inelegível devido à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cavalcante afirmou que o ex-presidente continua sendo o “plano A” do partido para a corrida presidencial de 2026.
A declaração de Sóstenes Cavalcante
Durante a entrevista, o parlamentar explicou que a situação jurídica de Bolsonaro não é definitiva e que somente o ex-presidente poderá avaliar sua candidatura no momento adequado. “Espero que a Justiça seja correta com ele. A inelegibilidade não é irreversível”, declarou. Embora o deputado tenha se esquivado de comentar sobre a baixa adesão ao ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista no último domingo, ele ressaltou a importância da presença política do ex-presidente.
Apoios e desafios enfrentados pelo PL
Sóstenes também se posicionou a favor da anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro, defendendo que o ato bolsonarista cumpriu seu papel de demonstrar uma linha de pensamento político. Ele ressalvou que o evento, que contava com a participação de líderes e apoiadores de Bolsonaro, estava alinhado com a necessidade de mostrar à sociedade a continuidade da luta política, apesar dos desafios enfrentados pelo campo conservador.
A manifestação na Avenida Paulista atraiu 12,4 mil pessoas, de acordo com o “Monitor do Debate Político” da Universidade de São Paulo (USP), embora alguns críticos apontem que a adesão foi abaixo das expectativas. Em resposta às críticas sobre a comunicação da direita e a percepção pública em relação à anistia, Sóstenes rejeitou a ideia de que o PL estaria “fora da realidade”. Para ele, a nova geração de políticos que emerge no cenário é um reflexo da liderança de Bolsonaro, que ajudou a formar novos nomes como Tarcísio de Freitas.
Expectativas para o futuro
Ainda falando sobre as perspectivas para o futuro do PL e da direita no Brasil, Cavalcante mencionou que o partido não se limita apenas à pauta da anistia, mas continua a lutar por outras questões importantes, como a derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Estamos preocupados com o brasileiro”, enfatizou.
Seu posicionamento demonstra que o PL está tentando não apenas manter a relevância política, mas também se adaptar às novas demandas da sociedade. Cavalcante acredita que a direita deve continuar a dialogar com o público e elaborar propostas que realmente atendam às necessidades dos cidadãos.
Críticas e a situação legislativa atual
Ao ser questionado sobre a aparente contradição em defender a anistia, mas ter apoiado o aumento do número de deputados, Sóstenes apresentou um argumento em defesa de sua posição. Ele sugeriu que a votação do aumento do número de deputados foi uma ação necessária para cumprir a obrigação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), enfatizando que, em momentos de crise, é fundamental que o Congresso não opere com “faca no pescoço”.
O deputado concluiu aludindo à responsabilidade fiscal do governo federal e à necessidade de se cobrar mais transparência e eficiência nas ações do Executivo. “Poderíamos ter esperado até o Censo de 2030 para votar isso, mas a pressão não nos deixou escolher”, finalizou.
Com a perspectiva de novas eleições se aproximando e com um cenário político em constante mudança, a liderança de Sóstenes Cavalcante e a estratégia do PL continuarão sendo crucial para a construção de uma narrativa sólida que mantenha Jair Bolsonaro no centro do debate político nacional.
