A quarta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (27), trouxe à tona uma série de denúncias graves de fraudes licitatórias e corrupção na Bahia. Diversos políticos, entre eles um deputado federal e prefeitos de municípios baianos, estão sendo investigados por envolvimento em uma organização criminosa que manobrou recursos públicos e cometeu irregularidades. Durante esta fase, a PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e apreendeu aproximadamente R$ 3,2 milhões em dinheiro vivo, além de armas.
O foco da investigação
A investigação da quarta fase da Operação Overclean procura desarticular uma complexa rede de corrupção. Os crimes alvos da operação incluem:
- Integrar uma organização criminosa;
- Corrupção ativa e passiva;
- Peculato;
- Fraudes em licitações e contratos administrativos;
- Lavagem de dinheiro.
Os investigadores examinaram o desvio de emendas parlamentares e manipulação de processos licitatórios entre 2021 e 2024, devidamente articulados por políticos locais para benefícios pessoais.
Quem são os investigados?
Dentre os investigados estão o deputado federal Félix Mendonça (PDT), os prefeitos Humberto Rodrigues de Oliveira (PT) e Alan Machado França (PSB), além do ex-prefeito Marcel José Carneiro de Carvalho (PT) e o assessor parlamentar do deputado, Marcelo Chaves Gomes. É importante salientar que mandados foram cumpridos em cinco cidades da Bahia: Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga.
Os prefeitos que foram presos pagaram fiança e foram liberados no mesmo dia, embora os valores das fianças não tenham sido divulgados. O deputado federal teve o sigilo telefônico quebrado, e seu assessor também foi alvo de busca e apreensão.
Descobertas surpreendentes nas buscas
Durante as operações, a PF encontrou R$ 3,2 milhões em espécie nas gavetas do ex-prefeito Marcel José Carneiro de Carvalho, o que chamou atenção para a gravidade e magnitude do esquema. Além do dinheiro, armas de fogo foram descobertas nas residências dos prefeitos Alan Machado e Humberto Rodrigues, culminando nas suas prisões em flagrante.
Como funcionava o esquema?
Segundo a Polícia Federal, o núcleo investigado é suspeito de promover a liberação de emendas parlamentares destinadas aos municípios em questão, mediante o pagamento de vantagens indevidas. Manipulação de procedimentos licitatórios foi um dos métodos usados para desviar recursos, evidenciando um sistema bem estruturado de corrupção que perdurou por anos.
Reações dos envolvidos
As defesas dos investigados são enfáticas ao negar qualquer irregularidade. O deputado Félix Mendonça e sua equipe afirmaram que não houve ações ilícitas em relação ao envio de emendas. O ex-prefeito Marcel José se colocou à disposição da Justiça, prometendo esclarecer sua situação legal. Os prefeitos Alan Machado e Humberto Rodrigues também negaram qualquer prática irregular relacionada à destinação de emendas parlamentares e ao exercício de seus mandatos.
Relembrando a primeira fase da operação
A primeira fase da Operação Overclean, realizada em dezembro de 2024, já havia revelado um esquema colossal de corrupção que envolveu a movimentação aproximada de R$ 1,4 bilhão, e apreensões substanciais de dinheiro e bens de luxo. A operação, que contou com várias prisões, visou desmantelar uma organização criminosa que desviava recursos públicos através de contratos superfaturados com órgãos públicos.
As consequências da Operação Overclean são vastas e ressaltam a importância de ações contundentes contra a corrupção e o desvio de dinheiro público no Brasil. As autoridades continuarão suas investigações para assegurar que os culpados sejam responsabilizados por seus atos ilegais, preservando assim a integridade das instituições brasileiras.