No domingo, 30 de junho, as águas do Rio Negro em Manaus acolheram a tradicional procissão fluvial em homenagem a São Pedro, um dos santos mais venerados da Igreja Católica. O evento, que já está em sua 76ª edição, teve como carro-chefe o Barco Rio Branco, da Marinha do Brasil, que transportou a imagem do santo acompanhada pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus. A celebração começou com a peregrinação nas águas e se estendeu pelas ruas da capital do Amazonas até a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, onde a imagem de São Pedro ingressou pela Porta Santa, um símbolo de fé e renovação.
A solenidade de São Pedro e o jubileu dos pescadores
O lema da procissão deste ano, “Pedro, tu me amas?”, está inserido no contexto do Jubileu dos Pescadores e Marinheiros, durante este Ano Santo. A celebração foi uma oportunidade para lembrar a importância de São Pedro como padroeiro dos pescadores e a devoção que ele representa na Igreja da Amazônia. O arcebispo Steiner destacou que “viver como viveu São Pedro, seguindo os passos de Jesus, nos faz ser presença de Jesus no meio do povo”.
A cerimônia contou com a participação de diversas pastorais e movimentos eclesiais, conforme enfatizou Ir. Rosana Marchetti, coordenadora de pastoral da Arquidiocese. “Este Ano Santo é um momento importante para a Igreja universal, e a abertura da Porta Santa aqui na arquidiocese é uma proposta para celebrar a fé”, afirmou. Segundo ela, a comemoração reforça a esperança e o espírito de comunidade entre os fiéis.
Reflexões sobre Pedro e Paulo
Durante a missa que encerrou a procissão, o cardeal Steiner trouxe à tona a questionamento de Jesus a seus discípulos: “Quem dizeis que eu sou?” Esta questionamento foi respondido por Pedro, que reconheceu Jesus como o Cristo, o Filho de Deus vivo. Steiner destacou a importância desta confissão de fé para a construção da Igreja. “Compreender e afirmar que Jesus é o Filho de Deus nos fortalece na construção das nossas comunidades”, reforçou.
O arcebispo também lembrou que Pedro, apesar de ter negado Jesus por medo, sempre encontrou o caminho de volta, afirmando seu amor por Cristo. Esta transformação exemplifica que, mesmo em momentos difíceis, a fé deve prevalecer. Ele também mencionou Paulo, que, após sua conversão, pregou a mensagem de Jesus com fervor e afirme sua vida com a frase “para mim, viver é Cristo”.
Um chamado a permanecer na fé
O cardeal Steiner concluiu suas reflexões fazendo um convite aos peregrinos que participaram da procissão fluvial. Ele ressaltou que “todos os rios nos conduzem a Jesus”. Para os pescadores presentes, ele enfatizou que, mesmo diante das dificuldades diárias, a esperança deve sempre estar presente, sustentada pela fé em Cristo. Ele chamou a atenção para a grandeza dos apóstolos Pedro e Paulo, que cimentaram as bases da Igreja e da fé cristã.
As celebrações da procissão fluvial em Manaus, que une os pescadores e a devoção popular, reforçam a conexão dos fiéis com a história da salvação e a importância da comunidade em tempos desafiadores. Ao final da celebração, ficou a certeza de que “vivemos para o Filho de Deus, e porque nele vivemos, somos a Igreja”, concluiu o cardeal. Esta reflexão declara a vitalidade da fé na vida comunitária, especialmente na rica tradição da Amazônia.
* Manaus/AM
