Brasil, 30 de junho de 2025
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Prisão de padrasto após morte de adolescente grávida no Piauí

Maria Victória Rodrigues, de 15 anos, foi encontrada morta em março. Padrasto é indiciado por feminicídio e aborto.

Em um caso que chocou toda a população do Piauí, a morte da adolescente Maria Victória Rodrigues dos Santos, de apenas 15 anos, levantou questões dolorosas e complexas em torno da violência de gênero e do feminicídio. A jovem, que estava grávida de cinco meses, foi assassinada a facadas em sua casa, em Itaueira, e seu padrasto, Ramon Silva Gomes, é o principal suspeito, indiciado sob as acusações de feminicídio e aborto.

O crime e a descoberta do corpo

A tragédia ocorreu na noite de 24 de março de 2025, quando a mãe de Maria Victória, ao voltar de uma catequese, encontrou a filha ensanguentada e caída em seu quarto. Os vizinhos, que ouviram os gritos da mãe, correram para ajudar e chamaram a polícia. Os investigadores foram rápidos em isolar a cena e buscar evidências que pudessem levar ao autor do crime.

Provas que incriminam o suspeito

Uma pegada formada com o sangue da vítima, encontrada próxima ao corpo, foi crucial para a prisão do padrasto. De acordo com o delegado João Ênio, responsável pelo caso, a medida coincidiu com o tamanho do pé de Ramon. Além disso, o suspeito apresentou uma versão contraditória sobre seu paradeiro no momento do crime.

Ramon alegou que estava na zona rural, onde não havia sinal de celular, mas as investigações mostraram que seu telefone estava conectado ao modem da casa onde reside com a mãe de Maria. Isso, segundo o delegado, é uma evidência clara de que ele esteve na cena do crime.

Motivação para o crime

A polícia acredita que Ramon via a gravidez da enteada como um empecilho em seu relacionamento. Ele estaria esperando um filho com a mãe da jovem, que, ao saber da gestação de Maria, decidiu interromper o uso do anticoncepcional. Essa situação, combinada com o controle exercido por Ramon sobre a vida da adolescente, gerou um ambiente de tensão que culminou na tragédia.

Laudos e detalhes da investigação

A exumação do corpo de Maria Victória revelou sinais de violência intensa. O laudo indicou que a adolescente tinha ferimentos na cabeça, perfurações no tórax e hematomas pelo corpo, características que apontam para um ataque brutal. A polícia também está investigando a paternidade do bebê que Maria esperava, com o laudo apontando o pai como sendo o companheiro da jovem, e não Ramon.

Prisão e desdobramentos legais

A prisão temporária de Ramon, que foi realizada no final de maio, foi convertida em preventiva no dia 27 de junho, um dia antes de expirar. Ele encontra-se detido na penitenciária de Vereda Grande, em Floriano, a cerca de 100 km de Itaueira, aguardando o andamento do processo. O inquérito que o indiciou por feminicídio e aborto segue agora para o Ministério Público do Piauí, que decidirá se apresentará denúncia formal à Justiça.

Repercussão e homenagens à vítima

O caso de Maria Victória gerou comoção em sua comunidade. Alunos e professores do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Monsenhor Uchôa, onde a jovem estudava, realizaram uma homenagem em que soltaram balões brancos em sua memória, pedindo justiça por sua morte. A dor pela perda e a luta contra a violência de gênero têm mobilizado muitas pessoas na região, trazendo à tona um importante debate sobre a proteção das mulheres e meninas ameaçadas de violência.

Com o rumo das investigações, a expectativa agora recai sobre o Ministério Público e a Justiça, que terão a responsabilidade de garantir que a verdade seja revelada e que medidas sejam tomadas para prevenir que tragédias como essa voltem a acontecer. A história de Maria Victória ficará marcada como um chamado a todos nós para a luta pela proteção e direitos das mulheres no Brasil.

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