Brasil, 30 de junho de 2025
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Novo braço robótico aprimora terapia contra doenças cerebrais

Plataforma da USP traz precisão em tratamentos de neuromodulação. Técnica promete revolucionar combate a doenças como Parkinson e depressão.

Uma inovadora plataforma robótica desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) está transformando a abordagem terapêutica para uma série de condições neurológicas. Esta tecnologia tem como objetivo aperfeiçoar a estimulação intracraniana, uma forma de tratamento utilizada para doenças como depressão, esquizofrenia e Parkinson, entre outras desordens psiquiátricas.

Como funciona a nova plataforma robótica?

Tradicionalmente, a estimulação magnética no cérebro era feita através da posição manual de uma bobina, o que trazia limitações significativas em termos de precisão e tempo. Agora, com a ajuda de um braço robótico, equipado com um software avançado, os pesquisadores conseguiram automatizar esse processo. Em vez de depender da habilidade manual de um operador, o braço robótico posiciona e mantém a bobina na localização exata necessária para a terapia.

O professor Oswaldo Baffa Filho, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, explica que o sistema permite que a estimulação cerebral seja realizada de maneira mais precisa. “Antes, a posição do equipamento era ajustada manualmente, o que introduzia a possibilidade de erro”, afirma o professor. “Agora, utilizamos uma imagem neuroanatômica obtida por ressonância magnética, que é importada para o computador. Através do software, registramos a imagem e a posição da bobina, possibilitando localizar exatamente a área que deve ser estimulada”.

Ajustes em tempo real durante o tratamento

Uma das grandes vantagens dessa nova abordagem é a capacidade de correção automática do posicionamento da bobina. Durante uma sessão de até 40 minutos, se o paciente se mover, o sistema ajusta automaticamente a posição do braço robótico, garantindo a eficácia contínua do tratamento. “É fundamental que nem a pessoa, nem a bobina mudem de posição. Se isso acontecer, a referência é perdida”, explica Baffa Filho. Ele compara o trabalho do braço robótico ao de um dentista que necessita que o paciente permaneça imóvel durante o procedimento para evitar complicações.

Neuromodulação e suas aplicações terapêuticas

A técnica de neuromodulação, que consiste em enviar estímulos magnéticos ao cérebro, já se confirma como uma aliada importante no tratamento de várias condições neurológicas. Ao modificar a condutividade elétrica dos neurônios, a técnica tem se mostrado eficaz no tratamento de depressão e na recuperação de pacientes que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

“A estimulação magnética é utilizada tanto para diagnóstico quanto para terapia. No diagnóstico, aplicamos estímulos em áreas específicas do cérebro para avaliar sua funcionalidade. Na terapia, a estimulação de regiões específicas visa modular a resposta cerebral, o que tem mostrado resultados muito promissores”, destaca o professor.

Desafios na popularização da tecnologia

Atualmente, o braço robótico se encontra em fase experimental, com sua aplicação restrita ao ambiente de pesquisas, devido ao alto custo de aquisição em clínicas. Os pesquisadores estão cientes do desafio e buscam desenvolver soluções que possam baratear a tecnologia sem comprometer sua eficiência. “Estamos trabalhando em alternativas tecnológicas que possam reduzir os custos. Se conseguirmos manter a qualidade com equipamentos mais acessíveis, podemos expandir o uso dessa tecnologia”, conclui Baffa Filho.

Expectativas de futuro

Com a evolução dos estudos e testes, a expectativa é que essa nova plataforma robótica possa não apenas melhorar a eficácia dos tratamentos já existentes, mas também abrir novas possibilidades de abordagem terapêutica para uma gama ainda maior de doenças neurológicas. Assim, o avanço em terapias de neuromodulação pode trazer esperança e qualidade de vida para muitos pacientes ao redor do Brasil e do mundo.

Para mais informações sobre a pesquisa e suas aplicações, confira as notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca. O que antes era uma expectativa pode se tornar uma realidade transformadora na medicina moderna.

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