Dados divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central mostram que os analistas do mercado financeiro reduziram a previsão de inflação para 2025, ao mesmo tempo em que mantiveram a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,21% para 2026. As expectativas fazem parte de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras e estão detalhadas no relatório Focus.
Previsão de inflação em queda para 2025 e estabilidade para os anos seguintes
A projeção do mercado para a inflação de 2025 recuou de 5,24% para 5,20%, embora permaneça acima do teto da meta oficial, que é de 4,5%. Esta é a quinta queda consecutiva na expectativa de inflação para o próximo ano. Para 2026, a expectativa de inflação se manteve estável em 4,50%, enquanto para 2027 e 2028 houve pequenas mudanças, com previsão de 4% e 3,83%, respectivamente.
Desde o início de 2025, o Banco Central adotou o sistema de meta contínua, cujo objetivo é 3%, com variação tolerada entre 1,5% e 4,5%. A instituição monitora a expectativa de inflação para 12 meses à frente, alinhando suas políticas de juros de acordo com essa projeção.
Impacto das metas de inflação e atuação do Banco Central
O sistema de metas obriga o Banco Central a ajustar a taxa de juros (Selic), que demora de seis a 18 meses para impactar a economia de forma plena. Atualmente, o BC concentra suas atenções na expectativa de inflação para meados de 2026, e uma descumprimento da meta por seis meses consecutivos obrigará a instituição a emitir uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Após o estouro da meta de inflação de 2024, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou uma comunicação oficial ao governo atribuindo o resultado a fatores como a forte atividade econômica, volatilidade cambial e extremos climáticos. O banco também admitiu recentemente a possibilidade de novamente não atingir a meta em junho de 2025.
Cenário econômico e projeções do mercado
Apesar das melhorias nas expectativas de inflação, as projeções indicam que a inflação no Brasil, estimada em 5,64% para 2022, permanece uma das menores do mundo, segundo dados da BBC. Quanto ao crescimento econômico, o mercado mantém a previsão de avanço do PIB em 2,21% em 2025 e revisou taxa de 1,85% para 1,87% para 2026.
Outras projeções do relatório Focus incluem:
- Taxa de juros (Selic) ao final de 2025: 15%, permanecendo inalterada;
- Para 2026, expectativa de juros em 12,50%;
- Para 2027, em 10,50% ao ano;
- Taxa de câmbio ao final de 2025: R$ 5,70, ligeiramente abaixo da previsão anterior de R$ 5,72;
- Balança comercial: superávit de US$ 73 bilhões para 2025 e US$ 78 bilhões para 2026;
- Investimento estrangeiro direto: US$ 70 bilhões em ambos os anos.
Esses indicadores reforçam a expectativa de uma economia brasileira com ganhos moderados e estabilidade nas variáveis cambiais e de juros, mesmo diante de desafios fiscais e inflacionários.
Perspectivas futuras e desafios
Especialistas destacam que o Banco Central continuará ajustando suas políticas para tentar manter a inflação dentro do intervalo de tolerância. A manutenção da meta para 2026 e os cenários projetados indicam um esforço contínuo para estabilizar preços e promover crescimento sustentável no país.
Para mais detalhes, a íntegra do relatório Focus está disponível no site do Banco Central (clique aqui).