Brasil, 1 de julho de 2025
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Mercado brasileiro reage e ativos se recuperam no primeiro semestre de 2025

Após forte alta do dólar no final de 2024, o cenário político e econômico trouxe otimismo, impulsionando a Bolsa e a confiança dos investidores

O primeiro semestre de 2025 marcou uma virada significativa para os ativos brasileiros, que mostraram recuperação após meses de instabilidade. Apesar da forte valorização do dólar frente ao real no fim do ano passado, o cenário externo e interno contribuiu para a melhora do mercado financeiro, com o Ibovespa atingindo novas máximas históricas e o dólar recuando 12,08% até junho, fechando a R$ 5,433.

Reforço na confiança e redução da aversão ao risco

Dentro de um contexto global marcado por tensões políticas nos Estados Unidos, incluindo o retorno de Donald Trump à presidência, e conflitos no Oriente Médio, os ativos brasileiros conseguiram se consolidar. O Ibovespa teve seu melhor desempenho desde 2016, segundo levantamento da consultoria Elyas Ayta, com aumento de 15,44% na primeira metade do ano. Além disso, a curva de juros também passou por ajustes, com a taxa para dezembro de 2025 caindo de 17% para aproximadamente 14,93%.

Fatores internacionais e imprevisibilidade nos EUA

Especialistas destacam que a atuação de Trump e suas políticas protecionistas aumentaram a volatilidade dos mercados globais, levando a uma escalada do dólar na reta final de 2024. Após a posse do republicano, houve uma retomada de um tom mais moderado, mas a insegurança permaneceu diante das promessas de tarifas e aumento da dívida americana, como explica Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos. “Essa imprevisibilidade elevou a desconfiança dos investidores estrangeiros em relação aos ativos dos EUA, levando-os a buscar destinos considerados mais seguros, como o Brasil.”

Outro aspecto relevante foi o crescimento da dívida pública americana, que, se o projeto de lei “Grande e Bonito” for aprovado, deverá adicionar cerca de US$ 3,3 trilhões à dívida nacional na próxima década, conforme aponta Aral. Isso reforça o clima de incerteza para os investidores internacionais.

Política monetária e fluxo de capitais

No Brasil, o aumento da taxa Selic, que passou de 12,25% no início do ano para 15%, favoreceu a entrada de capital estrangeiro, impulsionando a valorização do real e fortalecendo a renda fixa local. Segundo Eduardo Grübler, analista da AMW Investimentos, o fluxo estrangeiro está bastante expressivo e domina muitas operações de curto prazo. “O diferencial de juros e a percepção de estabilidade política, mesmo que ainda frágil, atraem investidores ao país.”

Mercado de ações e setores em alta

De acordo com dados da B3, o Ibovespa acumula alta de 15,44% até junho, anulando as perdas de todo o ano passado. A Cogna destaca-se como a maior vencedora do semestre, com alta de 162,9%. O crescimento de setores ligados à economia doméstica, energia elétrica e bancos também foi relevante, refletindo uma recuperação baseada em fatores microeconômicos e na perspectiva de fim do ciclo de alta dos juros.

Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, afirma que a saída de investidores dos EUA e o movimento de reequilíbrio de portfólios estimularam a participação em mercados emergentes, beneficiando o mercado brasileiro. “O ambiente externo ajudou na valorização de nossas ações, apesar do cenário interno ainda ser de muitas incertezas.”

Desafios fiscais e cenário interno

Apesar do bom desempenho, especialistas alertam que a questão fiscal continua sendo uma pedra no caminho. Grübler reforça que os problemas fiscais do Brasil persistem, e medidas como o aumento do IOF em maio reforçam a desconfiança do mercado. Se as questões fiscais não forem resolvidas em breve, há risco de dispersão dos investimentos em ativos de risco no país, mesmo com o peso internacional limitando o impacto.

Para completar, o aumento das tarifas e a crescente dívida americana reforçam a vulnerabilidade global, mas o Brasil mostrou resiliência, com uma recuperação que ainda exige atenção às questões internas e ao diálogo entre os poderes para garantir a estabilidade a longo prazo.

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