Dirigido por Celine Song, o filme “Materialists” estreia nos cinemas trazendo uma visão profunda e honesta sobre os desafios do amor na era do materialismo. A história acompanha Lucy, uma casamenteira que busca o parceiro perfeito para seus clientes, mas acaba descobrindo que o verdadeiro amor não se encaixa em listas de requisitos ou no brilho de bens materiais.
O amor além das exigências materiais
Lucy, interpretada por Dakota Johnson, busca preencher sua própria lacuna afetiva por meio de trocas de luxo e superficialidade, exemplificando como o consumismo influencia a visão de relacionamento na sociedade moderna. Durante a trama, ela se vê dividida entre Harry (Pedro Pascal), um milionário com um penthouse avaliado em 12 milhões de dólares, e John (Chris Evans), seu ex-namorado, de situação financeira instável.
“Materialists” revela que a busca por padrões e a necessidade de controle, alimentadas pela cultura de alta valorização pessoal, podem ofuscar o que realmente importa: a vulnerabilidade, a conexão genuína e a capacidade de se abrir para o amor.
Amor como linguagem e vulnerabilidade
Segundo Celine Song, em entrevista ao podcast “Modern Love” do NYT (apresentada aqui), “namorar é difícil, e o amor é muito fácil”, uma contradição que ela enfatiza ao falar que o amor acontece quando menos esperamos, ou podemos controlá-lo.
Na trama, Lucy e John revelam que o amor não precisa ser fundamentado em bens ou status, mas na conexão silenciosa, no olhar que fala e na compreensão que transcende palavras. “Era uma linguagem natural, quase uma dança silenciosa”, descreve a personagem.
Controvérsia e crítica social
Apesar do sucesso entre os espectadores, “Materialists” enfrenta críticas por parte de certos internautas, que acusam o filme de promover a “propaganda do homem pobre”. A própria diretora, Celine Song, explica que a narrativa desafia as ideias de “valor de mercado” na busca por um parceiro, questionando a lógica de relacionamentos baseados no capital e na superficialidade.
Para a cineasta, a mensagem central é que amor de verdade exige entrega, que abandonar o controle é libertador e que o valor de alguém não deve ser medido pelo que ele possui, mas pela autenticidade e vulnerabilidade que compartilha.
Reflexões finais e impacto cultural
“Materialists” é uma obra que confronta o espectador com emoções diversas: desconforto, esperança, tristeza e beleza — uma combinação que revela a essência do amor real, com todas suas imperfeições e nuances. O filme reforça que amor não é ciência ou matemática, mas uma experiência profundamente humana e espontânea.
Ao reforçar a importância do diálogo aberto, da vulnerabilidade e do desapego às expectativas materialistas, Celine Song oferece uma reflexão necessária na atualidade, onde a busca por controle muitas vezes afasta as pessoas do que realmente importa. Para quem busca um cinema que emociona e provoca pensamento, “Materialists” chega como uma obra sensível e necessária.