Brasil, 1 de julho de 2025
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‘Materialists’: o filme que redescobre o amor além do materialismo

Celine Song levanta reflexões sobre amor genuíno e viveza emocional em meio à era do consumismo e das expectativas irreais

Estreado nos cinemas, o filme “Materialists”, dirigido por Celine Song, explora a relação entre amor, materialismo e vulnerabilidade. A história acompanha Lucy, uma empresária que busca o parceiro ideal com base em requisitos superficiais, mas acaba redescobrindo o valor do amor verdadeiro além das aparências e posses.

O amor sob a lente do materialismo em “Materialists”

Na trama, Lucy, interpretada por Dakota Johnson, é uma psicóloga que trabalha como casamenteira, procurando encontrar a perfeição para seus clientes. No entanto, ao longo do filme, ela mesma passa por um redirecionamento emocional ao perceber que as exigências ao amor muitas vezes escondem uma busca por validação material. Harry, seu pretendente rico vivido por Pedro Pascal, a trata com luxo e pompa, mas revela-se incapaz de oferecer afeto autêntico. Já John, interpretado por Chris Evans, é um ex-namorado com recursos financeiros instáveis, mas uma conexão emocional genuína.

Reflexões sobre o valor do amor na modernidade

Segundo Celine Song, o filme traz uma mensagem clara: “namorar é difícil e amar é fácil, porque o amor acontece sem controle, sem lógica”. Em entrevista ao podcast **Modern Love** do New York Times, a cineasta afirmou que a sociedade atual prioriza o controle, seja através de tratamentos estéticos ou das redes sociais, dificultando justamente a entrega emocional verdadeira.

Amor, vulnerabilidade e desconstrução de padrões

“Materialists” aborda o conceito de amor como uma linguagem própria, onde gestos silenciosos — como olhares e o entendimento não verbal — revelam o que sentimos. Lucy e John demonstram que o amor real exige vulnerabilidade e disponibilidade para o risco, expulsando a ideia de que se deve “valorizar o que é caro”.

A narrativa desafia o julgamento da superficialidade, enfrentando inclusive críticas de que o filme promove uma “propaganda do homem pobre”. Celine Song desmente essa leitura, afirmando que sua obra questiona o valor intrínseco do amor e não a condição financeira dos parceiros. Para ela, amor verdadeiro não se mede por posses ou status social, mas pela conexão emocional e diálogo aberto.

O impacto de “Materialists” na reflexão sobre o amor moderno

O filme evidencia que muitas vezes buscamos no dinheiro uma espécie de segurança emocional, enquanto deixamos de lado o que realmente importa: a capacidade de se abrir, de sentir e de ser vulnerável. Lucy, ao perceber isso, abandona suas listas de requisitos materiais e reconhece que o verdadeiro parceiro é aquele que a vê por quem ela realmente é.

Para Celine Song, “amar é uma entrega total, um deixar-se ir”, um conceito que se contrapõe à lógica de mercado que domina as relações atuais. A obra convida os espectadores a refletirem sobre suas próprias expectativas e a valorizarem mais as conexões humanas autênticas.

O legado de “Materialists”: uma nova perspectiva sobre o amor

Apesar do impacto divisivo nas audiências — que muitas vezes esperavam uma comédia romântica mais convencional — o filme traz a beleza da imperfeição, da confusão e da vulnerabilidade que compõem o amor real. Como um lembrete de que, em um mundo cada vez mais controlado pela aparência e pelo consumo, o mais valioso é a autenticidade que encontramos na comunicação honesta.

A produção reforça que o amor verdadeiro exige coragem para abandonar o controle e se permitir sentir, mesmo sabendo que isso pode ser doloroso ou imprevisível, mas libertador ao final.

“Materialists” é, assim, uma reflexão necessária para tempos de superficialidade, um convite para redescobrir a vulnerabilidade como força e a conexão emocional como verdadeiro valor às relações humanas.

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