Na manhã desta quarta-feira (26), a deputada americana Marjorie Taylor Greene compartilhou uma imagem altamente racializada e islamofóbica em suas redes sociais, após a vitória do muçulmano Zohran Mamdani nas primárias de Nova York para prefeito. Mamdani, de 33 anos, nasceu em Uganda, é de descendência indiana e atualmente representa um distrito no Queens na Assembleia de Nova York como socialista democrático.
Imagem racista substitui a Estátua da Liberdade por mulher na burca
A foto mostra a Estátua da Liberdade substituída por uma mulher vestida com burca, símbolo de vestimenta tradicional de algumas muçulmanas, frequentemente usada por islamofóbicos para alimentar estereótipos negativos. Greene usou a imagem para atacar Mamdani, que derrotou Andrew Cuomo na disputa pelo cargo de prefeito na eleição primária do Partido Democrata, surpreendendo o establishment político.
Segundo relatos, a publicação provocou forte repercussão e uma avalanche de críticas nas redes sociais. Diversos usuários repudiaram a postagem, chamando-a de “[discurso de ódio](https://www.npr.org/2022/05/07/1097382550/taliban-women-burqa-decree)” e reforçando que a imagem é uma expressão de islamofobia. Uma internauta afirmou que “Islamofobia é uma vergonha e antiamericana”.
Reações e condenações
Políticos e cidadãos reagiram à postagem, deixando claro que tal comportamento reforça preconceitos perigosos. Um colaborador comentou: “Você não é uma pessoa séria. Islamofobia é uma vergonha e antiamericana”. Outra pessoa chamou Greene de “uma humana desprezível e patética”, enquanto alguém destacou que “os fundadores eram imigrantes”.
Vários internautas também lembraram que Greene há pouco tempo parecia começar a se afastar de discursos extremistas, como suas declarações críticas ao ataque dos EUA ao Irã. Essa postura, segundo eles, foi rapidamente esquecida diante desse ato de racismo explícito.
Contexto da vitória de Mamdani e o clima político
Zohran Mamdani conquistou a primária contra Cuomo em uma disputa vista por analistas como um símbolo de mudanças na política nova-iorquina. A vitória dele, um líder progressista e muçulmano, gerou reações de repúdio por parte de figuras conservadoras como Greene, que propagaram teorias de uma suposta “tomada comunista” dos EUA. Cuomo, por sua parte, anunciou que continuará na disputa pelo cargo na eleição geral, agora pelo seu próprio partido, após cancelar sua candidatura oficial de primeiro nome.
Especialistas indicam que episódios como esse expõem as batalhas culturais e ideológicas que marcam a política atual, trazendo à tona o persistente racismo e a islamofobia nos Estados Unidos.
Impactos e caminhos a seguir
A repercussão do episódio evidencia a necessidade de reforçar o combate ao preconceito racial e religioso na sociedade americana. Movimentos em defesa da diversidade e do respeito às minorias reivindicam maior responsabilidade por parte de figuras públicas e do Congresso. A comunidade internacional também acompanha com preocupação o aumento de expressões de intolerância.
O caso serve como um alerta sobre os perigos de discursos de ódio nas redes sociais e a importância de promover o diálogo e a inclusão em todos os níveis da sociedade americana.