Nesta quarta-feira (26), a deputada republicana Marjorie Taylor Greene compartilhou uma imagem gerada por inteligência artificial que mostra a Estátua da Liberdade substituída por uma mulher usando um hijab, simbolizando uma mulher muçulmana com niqab. A postagem gerou forte reação de condenação por ser vista como um ataque racista e islamofóbico.
Greene usa imagem islamofóbica após vitória de Muçulmano em Nova York
A postagem ocorreu um dia após a vitória de Zohran Mamdani, um político muçulmano de origem indiana, nas primárias democratas para prefeitura de Nova York. Mamdani, de 33 anos, nasceu em Uganda e representa um distrito do Queens na Assembleia Legislativa do Estado de Nova York. Sua eleição foi vista como uma surpresa para o establishment político local.
Na imagem, Greene substituiu a estátua emblemática de Nova York por uma mulher na burca, vestimenta muitas vezes alvo de comentários preconceituosos por parte de setores islamofóbicos. A legenda da postagem dizia que a imagem refletia uma ameaça à “identidade americana”.
Reações e condenações à postagem de Greene
Muitos usuários criticaram a deputada por sua postura racista, ressaltando que a liberdade religiosa e os direitos das mulheres muçulmanas devem ser respeitados. Uma pessoa afirmou: “Você não é uma pessoa séria. Islamofobia é uma vergonha e antiamericana”.
Outro comentou que “uma mulher muçulmana não representa uma ameaça à liberdade de Nova York, como você tenta insinuar”. Algumas vítimas de racismo também compartilharam suas experiências, destacando que o gesto de Greene reforça o preconceito que muitos ainda enfrentam nos Estados Unidos.
Greene recebeu ainda comentários que a acusaram de racista e que ela “não deveria ser integrante do Congresso”. Em resposta às críticas, alguns internautas fizeram piadas, demonstrando que o humor também pode ser uma forma de resistência contra o racismo.
Contexto político e preocupação com o discurso de ódio
A eleição de Mamdani na política nova-iorquina aconteceu em um momento de acirrado debate sobre imigração e diversidade nos Estados Unidos. Representantes reformistas comemoraram a vitória como um sinal de avanços para a pluralidade, enquanto setores conservadores tentaram retratar o acontecimento de forma alarmista, relacionando-o a um suposto “risco comunista”.
A postura de Greene, ao compartilhar uma imagem ofensiva e desrespeitosa, reacende debates sobre o aumento do discurso de ódio na política americana e o impacto desse tipo de manifestação na sociedade.
O que vem a seguir
Especialistas alertam que ataques racistas e islamofóbicos representam uma ameaça à convivência democrática e à inclusão social. Observam também que é fundamental reforçar o combate ao discurso de ódio e promover a tolerância entre diferentes culturas.
Autoridades e líderes comunitários pedem que episódios como esse sejam repudiados veementemente e que o papel de figuras públicas seja de promover o respeito às diferenças.