Brasil, 30 de junho de 2025
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Lula lança Plano Safra 2025/2026; bancada do agro não foi convidada

Presidente Lula apresentou o Plano Safra 2025/2026, mas bancada do agronegócio afirmou não ter sido convidada para o evento no Palácio do Planalto

Nesta segunda-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou oficialmente o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026 no Palácio do Planalto, com a presença de ministros e figuras de destaque do governo. Entretanto, a bancada do setor agropecuário, alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou não ter sido convidada para participar do evento — incluindo o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), que não recebeu convite.

Distanciamento entre o governo e o setor agro

A ausência da bancada do agro no lançamento do plano do governo reforça o distanciamento entre o Executivo e um setor que historicamente tem forte influência política e econômica no Brasil. O movimento repetiu-se na cerimônia de terça-feira (1º), quando Lula apresentará o plano voltado a médios e grandes produtores, mais ligado ao agronegócio.

Resposta oficial do governo

A assessoria de comunicação da Presidência afirmou ao GLOBO que “os parlamentares ligados ao setor do agronegócio foram convidados para o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, realizado no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (30).” No entanto, a questão da participação da bancada do setor é vista como um indicativo do afastamento entre o governo e o setor agropecuário.

Detalhes do Plano Safra 2025/2026

O novo Plano prevê R$ 89 bilhões em crédito, compras públicas, seguro e assistência técnica para a agricultura familiar. Desse montante, R$ 78,2 bilhões serão destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), representando um aumento em relação aos R$ 76 bilhões do ciclo anterior. Além disso, houve elevação no limite para compra de máquinas, de R$ 50 mil para R$ 100 mil, com juros de 2,5% ao ano; máquinas maiores, de até R$ 250 mil, terão juros de 5%.

O governo também manteve a taxa de financiamento de 3% ao ano para itens da cesta básica, reforçando o compromisso com a soberania alimentar, segundo Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário. “O objetivo é reforçar a soberania alimentar e garantir o abastecimento do país”, afirmou.

Controvérsia e tensões políticas

O evento aconteceu em meio a tensões com o Congresso Nacional, após a rejeição de decretos relacionados ao IOF e à resistência à proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. O ministro Fernando Haddad criticou Bolsonaro por não ter reajustado a tabela do imposto durante seu mandato. “O aumento mais cruel do imposto é não reajustar a tabela. Isso faz com que o trabalhador pague mais só por receber um aumento salarial”, declarou.

Repercussões e próximos passos

Apesar do distanciamento do setor agro, o governo reforça que o Plano Safra busca ampliar o acesso ao crédito e fortalecer a agricultura familiar. A expectativa é que medidas como o aumento de limites e a redução de juros beneficiem milhões de produtores rurais em todo o país. A continuidade das negociações no Congresso será fundamental para aprovar as ações propostas na legislação.

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