Brasil, 30 de junho de 2025
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Justiça realiza audiência sobre emboscada entre torcidas em SP

A audiência da emboscada entre palmeirenses e cruzeirenses ocorrerá nesta segunda-feira, em Mairiporã, com um torcedor morto e 15 feridos.

A Justiça brasileira dará um passo importante no processo relacionado à emboscada entre as torcidas do Palmeiras e do Cruzeiro, que resultou na morte de um torcedor e deixou 15 feridos, em outubro de 2024. A primeira audiência de instrução está marcada para a manhã desta segunda-feira (30), no fórum de Mairiporã, Grande São Paulo. O caso, que atraiu grande atenção da mídia e da sociedade, é emblemático da violência que ainda permeia o ambiente do futebol no Brasil.

A emboscada e seus desdobramentos

No dia 27 de outubro de 2024, a torcida Mancha Alviverde, do Palmeiras, planejou uma emboscada contra a torcida Máfia Azul, do Cruzeiro, na Rodovia Fernão Dias. O ataque foi gravado pelos próprios agressores e as imagens viralizaram nas redes sociais. O torcedor cruzeirense José Victor Miranda foi tragicamente morto, e outros 15 torcedores ficaram feridos. Desde então, 27 integrantes da Mancha Alviverde enfrentam acusações de homicídio, tentativas de assassinato e destruição de bens, pela utilização de fogo contra os ônibus da torcida adversária.

Atualmente, 21 torcedores estão presos, enquanto seis continuam foragidos. A expectativa para esta audiência é que a Justiça analise os indícios apresentados e decida se os réus serão levados a julgamento por um júri popular. No entanto, essa decisão não será tomada na audiência de hoje, que servirá apenas para coletar depoimentos de vítimas, testemunhas e dos réus.

Contexto da violência no futebol brasileiro

Casos de violência entre torcidas são uma triste realidade no Brasil. O episódio de Mairiporã reflete uma cultura de rivalidade exacerbada que, muitas vezes, culmina em atos de barbárie. Jaqueline Alves, mãe de José Victor, expressou seu desejo por justiça, afirmando: “Não queremos vingança, apenas justiça. Isso é o mínimo por tudo o que ele significava pra nós.” Essa citação revela não apenas a dor de uma mãe que perdeu um filho, mas também a necessidade de uma resposta contundente da Justiça.

Os réus e suas defesas

Dentre os 20 palmeirenses que são réus na audiência de hoje, 16 estão em prisão preventiva. Entre os mais destacados, encontramos Jorge Luiz Sampaio Santos, o ex-presidente da Mancha Alviverde, e Felipe “Fezinho” dos Santos, o vice-presidente. Enquanto a defesa de alguns réus acredita que a acusação não possui provas suficientes, como é o caso do advogado Gilberto Quintanilha, que representa 11 dos acusados, outros defensores preferem não comentar as acusações. Há, evidentemente, um clima de tensão que permeia tanto a defesa quanto a acusação.

Próximos passos

Além dos 20 palmeirenses que devem ser ouvidos na audiência, há outros sete torcedores que também foram denunciados, mas que ainda não tiveram suas audiências marcadas. A Justiça precisa agora avaliar se todos os envolvidos efetivamente participaram dos crimes e a gravidade de cada ato. O desenrolar deste caso será fundamental para estabelecer precedentes e desestimular futuras violências no futebol.

O ambiente no tribunal deve ser tenso, com muitos torcedores de ambas as torcidas presentes, uma vez que o clima de rivalidade permanece. As expectativas são altas para que a Justiça atue de maneira justa e efetiva, a fim de evitar que mais famílias sejam devastadas por atos de violência, como o que ocorreu no ano passado. É um requerimento da sociedade que os responsáveis sejam punidos e que a segurança nos eventos esportivos seja garantida, para que episódios como este não se repitam.

O desdobramento deste caso será acompanhado de perto, não apenas pela comunidade do futebol, mas por toda a sociedade, que clama por paz nos estádios e fora deles. Assim, a audiência de hoje é apenas o começo de uma longa jornada rumo à justiça e à paz entre torcedores.

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