Brasil, 30 de junho de 2025
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Extremos climáticos no Brasil causam perdas e isolamento em comunidades

Mudanças climáticas provocaram enchentes, secas e incêndios, afetando milhões e destacando a urgência da ação global

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento na intensidade e frequência de eventos extremos do clima, como enchentes, secas e incêndios florestais, afetando comunidades de norte a sul do país. Essas ocorrências têm causado perdas significativas, isolamento social e prejuízos econômicos, evidenciando a necessidade de ações urgentes diante da crise climática.

Impactos das secas e enchentes em comunidades brasileiras

Segundo estudo do Banco Mundial, os extremos climáticos causaram perdas anuais estimadas em R$ 13 bilhões, representando 0,11% do PIB do país em 2024. Os eventos podem gerar até 3 milhões de brasileiros em situação de pobreza extrema até 2030. No Amazonas, cerca de 770 mil pessoas foram afetadas pela seca, levando o decreto de emergência em todos os municípios e prejuízos superiores a R$ 620 milhões, conforme a Defesa Civil local.

A seca na Amazônia e o colapso dos rios

Na região, o rio Madeira chegou a registrar apenas 25 centímetros na altura de Porto Velho em 2024, nível recorde na série histórica do Sistema Geológico do Brasil, que começou em 1967. Essa condição compromete o transporte de cargas e a vida de comunidades ribeirinhas, como relata Weliton Cabixi, indígena membro da Terra Uru-Eu-Wau-Wau, que vive na Bacia do Madeira. “Foi a pior seca que vivi”, afirma.

Enchentes e crescimento desordenado no Sudeste

Na cidade de Angra dos Reis, o morador Cícero Bezerra de Melo precisou fugir de uma enchente inusitada, que invadiu sua casa com mais de dois metros de água. Ele e sua família tiveram que usar um caiaque para escapar e hoje lidam com o trauma e o medo de novas ocorrências, agravadas pelo crescimento desordenado do bairro, que bloqueia os sistemas de escoamento natural das águas.

Incêndios florestais e queimadas na Amazônia e Pantanal

Dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, indicam que a área queimada no Brasil em 2024 superou 30,8 milhões de hectares, maior que a Itália, com aumento de 79% em relação a 2023. O Pantanal registrou aumento de 157% na área queimada, afetando a flora, fauna e comunidades locais, como a produtora Camila Ormonde, que perdeu 12 km de pasto devido às queimadas.

Crise no setor agrícola e impacto na produção de café

O preço do café disparou 82% em 12 meses, atingindo níveis elevados que desafiam produtores como Daniel Langone, que relata a elevação do custo de ração, mão de obra e o aumento de máquinas alugadas para manter o negócio. A seca participará do debate na COP30, enquanto o setor tenta fortalecer ações de descarbonização e adaptação às mudanças climáticas.

Histórias de quem vive na linha de frente

As experiências de comunidades como a do assentamento de Laranjeiras, no Pantanal, evidenciam os efeitos diretos das mudanças climáticas. Camila Ormonde conta que a perda de 12 km de pasto e 200 cabeças de gado ocorreu entre os dias 8 e 12 de setembro devido a um incêndio que encurralou os animais, sem assistência rápida dos bombeiros.

Perspectivas futuras e desafios globais

Apesar de avanços em discussões internacionais como a COP30, especialistas alertam que as ações atuais permanecem insuficientes. A especialista Suely Araújo reforça que comunidades tradicionais, populações em áreas de risco, e países do Sul Global sofrem mais com os efeitos das crises climáticas, que afetam segurança hídrica, energética e alimentar.

Especialistas como Dipesh Chakrabarty destacam que as soluções tecnológicas ainda são insuficientes e que é necessária uma transformação mais ampla na maneira de enfrentar a crise climática.

Para mais informações, acesse o link da cobertura da COP30.

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