Brasil, 1 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Especialistas alertam sobre proposta de RFK Jr. de obrigar uso de dispositivos de monitoramento de saúde nos EUA

Cientistas de segurança criticam a ideia de RFK Jr. de incentivar o uso de wearables para monitorar a saúde, apontando riscos à privacidade e à segurança.

Durante uma audição na subcomissão de Saúde da Câmara dos EUA, Robert F. Kennedy Jr. sugeriu que todos os americanos utilizem dispositivos de monitoramento de saúde, como smartwatches e anéis inteligentes, para “assumir responsabilidade” pelo próprio bem-estar. A proposta já gerou preocupações entre especialistas em segurança digital e privacidade.

Riscos à privacidade e à segurança dos dados de saúde

Os dispositivos vestíveis, como Apple Watch, Oura Ring e WHOOP, podem monitorar frequência cardíaca, níveis de glicose, ciclos menstruais, sono e localização. Porém, seu uso generalizado levanta questões sobre a proteção dessas informações, que são altamente valiosas e sensíveis.

“Se alguém obtiver acesso a dados de saúde privados, as consequências podem ir além do incômodo, incluindo impacto em seguros, emprego e até relacionamentos,” alerta Alex Hamerstone, diretor de soluções de segurança da TrustedSec. Ele reforça que, embora o governo afirme que não planeja coletar esses dados, as possibilidades de vazamentos e compartilhamento ilegítimo são preocupantes.

Desafios na proteção de dados pessoais

Histórico de brechas de segurança

Segundo Kevin Johnson, CEO da Secure Ideas, o risco de vazamentos é alto. Ele cita incidentes como o vazamento de localização de militares via o aplicativo Strava, em 2018, que revelou posições sigilosas. “Os dispositivos de hoje ainda apresentam vulnerabilidades que podem ser exploradas por hackers,” disse Johnson.

Esses gadgets, muitas vezes, não são protegidos por leis como a HIPAA, que resguarda prontuários médicos, e suas políticas de privacidade podem ser alteradas sem aviso, facilitando a venda de dados a terceiros.

Riscos adicionais e potenciais abusos

Especialistas como Dave Chronister, CEO da Parameter Security, alertam que ataques cibernéticos podem explorar vulnerabilidades nos aparelhos ou na infraestrutura de suporte, como servidores em nuvem. “Dados de saúde detalhados podem ser utilizados para manipulação de planos de seguro, obtenção de crédito ou mesmo vigilância,” alerta Chronister.

Impactos a longo prazo e recomendações

Os especialistas reforçam que, embora a intenção seja promissora — incentivar hábitos mais saudáveis —, é preciso cautela com o volume de informações que os dispositivos coletam. “A privacidade é vulnerável e o controle do usuário é limitado,” afirma Chronister.

Para quem decidir usar esses dispositivos, recomenda-se ajustar cuidadosamente as configurações de privacidade, manter o software atualizado e estar ciente de que os dados podem ser utilizados de maneiras não totalmente transparentes ou seguras.

Perspectivas futuras

Embora a iniciativa do governo dos EUA ainda esteja em fase de campanha e não implique obrigatoriedade, o debate evidencia a necessidade de regulamentar com mais rigor a coleta, armazenamento e compartilhamento de dados de saúde digitais. A discussão também levanta questões sobre o impacto de futuras tecnologias baseadas em inteligência artificial na vida privada.

Especialistas concluem que, independentemente do incentivo governamental, o entendimento dos riscos envolvidos é fundamental para uma utilização segura e consciente dessas novas tecnologias.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes