Brasil, 30 de junho de 2025
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Especialistas alertam sobre proposta de RFK Jr. de obrigar uso de dispositivos de monitoramento de saúde

Expertos em segurança alertam sobre os riscos de obrigar uso de dispositivos de saúde, como smartwatches, por preocupação com privacidade e proteção de dados

Durante uma audiência na Câmara dos EUA, o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., sugeriu que todos os americanos usem dispositivos de monitoramento de saúde, como smartwatches e anéis inteligentes, para incentivar o controle pessoal do bem-estar. A iniciativa, ainda que não obrigatória oficialmente, gerou preocupação entre especialistas em segurança de dados.

Proposta de RFK Jr. de promover o uso de wearables de saúde

Kennedy declarou que esses dispositivos podem ajudar a acompanhar níveis de glicose, frequência cardíaca e outros indicadores para melhorar a alimentação e o estilo de vida dos cidadãos. Segundo Político, o Departamento de Saúde dos EUA planeja lançar uma campanha para incentivar a adoção dos wearables, mesmo sem uma obrigatoriedade oficial.

Riscos à privacidade e proteção de dados de saúde

Dados pessoais altamente valiosos e vulneráveis

Especialistas alertam que os dispositivos de monitoramento de saúde coletam informações sensíveis, como frequência cardíaca, ciclo menstrual, padrões de sono, localização e níveis de glicose. Esses dados, diferente de informações protegidas pela HIPAA, estão sujeitos às políticas das próprias empresas, que podem compartilhá-los ou vendê-los a terceiros, inclusive a bancos de dados de marketing.

“Se alguém consegue acesso a esses dados médicos detalhados, as consequências podem afetar seguros, empregos ou até a credibilidade do usuário,” alerta Alex Hamerstone, diretor de soluções de confiança na TrustedSec.

Problemas de segurança e brechas anteriores

Kevin Johnson, CEO da Secure Ideas, cita o incidente de 2018 envolvendo o aplicativo Strava, que revelou a localização de bases militares americanas via mapas de calor, como exemplo do que já deu errado. Ele aponta que aparelhos de wearables também apresentam vulnerabilidades, com riscos de ataque hacker que podem expor dados, incluindo informações relacionadas à saúde.

Limitações na proteção legal e nas políticas de privacidade

Para Dave Chronister, CEO da Parameter Security, os dados de wearables não são protegidos pela HIPAA, lei que regula os registros médicos tradicionais. Essas informações estão sob os termos de uso das empresas, que podem alterar suas políticas e vender dados sem aviso prévio, deixando os usuários vulneráveis a perdas de controle.

Como proteger sua privacidade ao utilizar dispositivos de monitoramento

Conforme Johnson recomenda, é essencial revisar regularmente as configurações de privacidade dos wearables, desativar conexões desnecessárias e usar senhas fortes. No entanto, especialista alerta que, mesmo assim, os usuários têm controle limitado sobre como seus dados são armazenados, compartilhados ou utilizados por empresas.

Além disso, o aumento nas análises preditivas com inteligência artificial pode futuramente impactar questões como seguros ou crédito, com base em suas informações de saúde detalhadas — muitas vezes coletadas sem uma compreensão real das consequências.

Conclusão: reflexão sobre riscos e benefícios

Embora os wearables possam oferecer benefícios na gestão da saúde, o aumento do uso e da coleta de dados levanta sérias preocupações quanto à segurança e privacidade. Especialistas reforçam a importância de os usuários estarem atentos às configurações e aos riscos envolvidos na entrega voluntária dessas informações sensíveis às empresas.

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