Brasil, 30 de junho de 2025
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Divisão no PL sobre candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado

A candidatura de Carlos Bolsonaro pelo PL ao Senado em SC gera divisão entre lideranças do partido.

Uma disputa interna no Partido Liberal (PL) começa a se acirrar, após o ex-presidente Jair Bolsonaro manifestar seu desejo de lançar seu filho, Carlos Bolsonaro, ao Senado por Santa Catarina nas eleições de 2026. Essa movimentação não foi bem recebida por diversas lideranças do PL em Santa Catarina, que veem essa proposta como arriscada e defendem que um nome local pode trazer melhores resultados.

A posição das lideranças catarinenses

Líderes do PL no estado argumentam que apostar em um vereador do Rio de Janeiro pode comprometer as chances eleitorais do partido. De acordo com essas lideranças, a única vaga do PL no Senado deve ser muito disputada, e o senador Espiridião Amin, do PP, já é um competidor forte. Assim, para maximizar suas chances e garantir sua presença no Senado, o partido precisaria de um nome mais alinhado com o eleitorado catarinense.

Entre as opções, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) é citada como uma candidata mais viável. Caroline presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e tem atraído apoio nas fileiras do bolsonarismo, principalmente por suas opiniões conservadoras e seus projetos que visam limitar o aborto e contestar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa postura a torna uma figura popular em um estado tradicionalmente conservador.

Um cenário de disputas e alianças

O apoio a Caroline de Toni é sustentado por uma análise de potencial eleitoral. O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) afirmou que trazer um nome de fora, como Carlos, poderia prejudicar a candidatura de mulheres e representantes locais que já têm uma base reconhecida. Segundo Goetten, “Santa Catarina não precisa importar liderança. Nosso estado tem uma base sólida, com representantes de peso da direita”.

Isso reflete um sentimento entre as lideranças locais de que a candidatura de Carlos Bolsonaro poderia desorganizar o cenário político catarinense, favorecendo um candidato que ainda não possui reconhecimento ou apoio no estado. Além disso, alguns acreditam que tal decisão pode gerar ressentimento tanto entre os apoiadores da deputada Caroline quanto entre a base eleitoral tradicionalmente fiel ao bolsonarismo.

Desafios da candidatura de Carlos Bolsonaro

A proposta de candidatura de Carlos, por sua vez, enfrenta desafios consideráveis, incluindo a própria transição de um cargo na Câmara do Rio de Janeiro para uma candidatura ao Senado em Santa Catarina. Esse deslocamento geográfico e político pode ser visto como um risco e uma movimentação que não agrega valor a uma campanha potencial. Caciques do PL, que há anos trabalham para consolidar sua presença no estado, temem que essa estratégia possa prejudicar suas ambições eleitorais, visto que Carlos não possui uma história política ligada ao estado.

A retórica de Jair Bolsonaro em apoiar a candidatura do filho parece surgir em um contexto de tentativa de manter a unidade na família e no partido, mas esbarra na necessidade de responder às demandas locais e se alinhar às expectativas dos eleitores catarinenses.

O que vem a seguir?

Com a proximidade das eleições, o PL terá que considerar cuidadosamente suas opções e a estratégia a seguir. A decisão de apoiar Carlos Bolsonaro ou investir em uma candidatura mais local e conhecida, como a de Caroline de Toni, pode ser decisiva para o partido na disputa eleitoral. O que está claro é que as tensões internas e debates sobre a melhor estratégia para o Senado em SC estão apenas começando.

Nos próximos meses, as articulações políticas e as mobilizações em torno das candidaturas devem intensificar-se, e somente o tempo dirá qual caminho o PL decidirá seguir em busca de um espaço no Senado brasileiro.

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