Brasil, 1 de julho de 2025
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Disputas políticas e gestão do Sambódromo geram polêmica na Alerj

Disputas entre governo e prefeitura do Rio marcam aprovações na Alerj antes do recesso; Sambódromo é transferido para o estado.

A última sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) antes do recesso foi marcada por intensas disputas políticas e uma reviravolta significativa sobre a gestão do Sambódromo. Enquanto os ânimos se acirravam, o bate-boca entre aliados do governador Cláudio Castro e do prefeito Eduardo Paes revelava o clima tenso que circula em torno do cenário político carioca.

Contexto da disputa política

De um lado, Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj e potencial candidato ao governo do estado em 2026. Do outro, o deputado Rosenverg Reis, irmão do secretário estadual de Transportes, Washington Reis, que também é considerado um forte nome para a oposição. A aproximação de Washington Reis com Eduardo Paes, visível em agendas públicas e redes sociais, levou a um embate direto entre os dois grupos, evidenciado na sessão da Alerj.

Bate-boca e convocação de Washington Reis

A pressão aumentou quando deputados governistas apresentaram um requerimento para convocar Washington Reis às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Alerj. A solicitação visava esclarecimentos sobre os reajustes nas tarifas do metrô. A aprovação da convocação desencadeou um tenso debate em que Rosenverg Reis ameaçou direcionar seu irmão a não comparecer às CPIs, alfinetando Rodrigo Bacellar, que rapidamente respondeu defendendo sua posição de comando sobre a Assembleia.

Troca de farpas e disputas verbais

A troca de farpas foi acirrada, com cada lado tentando afirmar sua autoridade e relevância na gestão do estado. A sessão foi marcada por gritos e interrupções, evidenciando que, além das questões administrativas, havia um forte componente emocional nas palavras dos deputados.

A gestão do Sambódromo em foco

Um dos desdobramentos mais controversos da sessão foi a aprovação de um projeto que transfere a gestão do Sambódromo, atualmente sob administração municipal, para o governo do estado. A medida revoga um veto do governador Cláudio Castro e derruba um decreto-lei de 1975 que previa que o importante equipamento cultural pertencesse ao patrimônio da cidade do Rio de Janeiro.

De acordo com especialistas, essa ação levanta questões jurídicas significativas. Para o advogado José Luiz Minc, da Comissão de Direito Público da OAB-RJ, a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro em 1974 determina que o Sambódromo deve continuar como patrimônio municipal. “A lei de desapropriação deve ser seguida se o estado quiser se apropriar de um bem municipal”, advertiu Minc, questionando a legalidade da decisão.

Reação da Prefeitura e próximos passos

A reação da prefeitura foi veemente. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo Paes criticou a decisão da Alerj e questionou a capacidade do estado de assumir responsabilidades adicionais, dada a situação fiscal deficiente do governo estadual. “Obviamente a prefeitura vai recorrer disso. A gente aqui entrega os nossos serviços”, afirmava o prefeito, enfatizando que a administração do Sambódromo representaria um custo significativo, estimado em R$ 47 milhões por ano, somente para manter o espaço e operar durante o carnaval.

Conclusão e repercussões futuras

As tensões levantadas na Alerj têm implicações que vão além da gestão do Sambódromo. A disputa entre o governo e a prefeitura do Rio de Janeiro reflete uma batalha pelo controle e pela narrativa política que moldará as próximas eleições. À medida que todos os lados se mobilizam, incluindo promessas de ações judiciais e reviravoltas no cenário eleitoral, o que está mais claro é que estas disputas ainda estão longe de um desfecho pacífico.

Com os olhos voltados para o futuro, as próximas semanas deverão revelar desdobramentos significativos nesta contenda, com os cidadãos fluminenses se perguntando como essas decisões impactarão os serviços e a cultura da cidade do Rio de Janeiro.

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