O recente discurso de Tarcísio Gomes de Freitas na Avenida Paulista, durante um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, provocou reações diversas entre a base de apoio do ex-mandatário. Alguns bolsonaristas e até membros da família do ex-presidente expressaram descontentamento. A avaliação é de que Bolsonaro, assim como um “arroz de festa”, deveria participar de eventos mais seletivos, para não diluir sua presença e relevância política.
Cansaço entre os apoiadores de Bolsonaro
Além do desconforto causado pelas falas de Tarcísio, correligionários do PL, partido de Bolsonaro, apontam um certo cansaço entre os apoiadores. Este desgaste é associado ao grande número de manifestações que têm ocorrido, muitas delas sem a expectativa de mudanças efetivas no cenário político, especialmente relacionados aos processos envolvendo os eventos de 8 de janeiro e a situação do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Movimentação em torno de Bolsonaro pouca atraente
Desde o ano passado, já foram realizados seis atos em apoio a Bolsonaro, a maioria deles em São Paulo. Recentemente, os organizadores já preveem uma nova manifestação para setembro. No entanto, o público presente nesse último ato foi considerado abaixo do esperado, reunindo apenas cerca de 12,4 mil pessoas, segundo a pesquisa “Monitor do debate político” da Universidade de São Paulo (USP). Esse número representa aproximadamente um terço do público que compareceu à manifestação de 6 de abril, que ocorreu quando Bolsonaro foi recentemente tornado réu no caso da trama golpista. A projeção de margem de erro nesta contagem foi de 1,5 mil pessoas.
Organizadores tentam rebater os críticos
Para contornar a insatisfação com a baixa comparecimento, os organizadores do ato passaram a rebatê-la, comparando a manifestação esvaziada com atos similares promovidos pela esquerda. Essa estratégia revela uma tentativa de justificar a situação e de manter a mobilização entre os apoiadores de Bolsonaro. Contudo, as comparações podem não ser suficientes para revitalizar o entusiasmo do público, que parece estar se esgotando.
A situação revela um dilema para a base de apoio a Bolsonaro: como revitalizar o engajamento e a mobilização em um cenário de descontentamento e de uma constante atenção à judicialização da política? As questões que rodeiam o ex-presidente e seu partido permanecem como um dos principais desafios a serem enfrentados nas próximas manifestações.
Além disso, a relação do ex-presidente com seus apoiadores e sua estratégia política se mostra volátil, exigindo um equilíbrio cuidadoso para manter sua base unida e engajada em tempos de adversidades e incertezas políticas. A próxima manifestação, agendada para setembro, será uma oportunidade crucial para testá-la e avaliar a resiliência de seu apoio. Entretanto, se os organizadores e apoiadores de Bolsonaro não conseguirem reverter o descontentamento e a desmobilização, o futuro político do ex-presidente poderá se tornar ainda mais desafiador.
As tensões nas relações internas entre apoiadores e líderes políticos como Tarcísio ressaltam a fragilidade do cenário político atual no Brasil. À medida que a história se desenrola, o público continuará a avaliar tanto o discurso quanto as ações dos líderes políticos em busca de um novo equilíbrio e direção.