Brasil, 30 de junho de 2025
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Brasil assume compromisso de ampliar alimentos sustentáveis na COP 30

O Brasil se comprometeu a fornecer pelo menos 30% de alimentos da agricultura familiar na COP 30, reforçando a sustentabilidade e o apoio às comunidades tradicionais

A alimentação sustentável entrou pela primeira vez na programação oficial da COP 30. Na reunião preparatória na Alemanha, na semana passada, o Brasil assumiu o compromisso de que, durante o evento em Belém, ao menos 30% dos alimentos serão provenientes da agricultura familiar, agroecologia e povos tradicionais da região.

Impacto na produção familiar e no combate às mudanças climáticas

Segundo estudos do Instituto Regenera e Comida do Amanhã, essa iniciativa deve injetar cerca de R$ 3,3 milhões na produção local, gerando renda e valorizando práticas agrícolas que respeitam a biodiversidade e promovem o sequestro de carbono. Maurício Alcântara, cofundador do Instituto Regenera, destaca que essa medida fortalece cooperativas e pequenos produtores que adotam práticas sustentáveis e ancestrais.

Potencial de expansão e fortalecimento da cadeia produtiva

O mapeamento realizado pelo Regenera na Região Metropolitana de Belém aponta que há produção suficiente para atender até 50% da demanda do fórum internacional, o que poderia movimentar R$ 5,5 milhões. Fabrício Muriana, também do instituto, explica que esse volume é viável pois 45% da merenda escolar da capital já é suprida por agricultura familiar, com produção e logística adaptadas.

Visibilidade e novos mercados

Um dos principais legados da participação na COP será a maior visibilidade da diversidade cultural e agrícola local, além da possibilidade de ampliar os canais de comercialização além das escolas. Muriana aponta que a lista de alimentos produzidos disponíveis pelo levantamento do Regenera facilitará essa conexão com fornecedores e mercados internacionais.

Desafios e perspectivas futuras

Especialistas ressaltam que, além da visibilidade, o compromisso do governo pode ampliar o acesso a créditos e incentivos para agricultores familiares, garantindo a continuidade dessas práticas. O objetivo é que o impacto positivo se estenda além das duas semanas do evento, promovendo uma transição energética e alimentar mais justa e sustentável.

Segundo Alcântara, dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg) indicam que cerca de 74% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil estão ligadas à agropecuária e ao desmatamento. Por isso, priorizar a agroecologia na COP é uma medida essencial para a redução de impactos ambientais.

A iniciativa brasileira na COP 30 marca um avanço na valorização de modelos de produção que respeitam a biodiversidade, promovem inclusão social e contribuem para o combate às mudanças climáticas, consolidando o país como líder na transição para uma economia mais sustentável.

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