Uma pesquisa recente do Centro de Pesquisa em Assuntos Públicos NORC da Associated Press (AP) descobriu que os adultos nos Estados Unidos têm opiniões complexas sobre o papel da religião nas escolas públicas, indicando um posicionamento não binário sobre o tema.
Religião nas escolas públicas: apoio misto e opiniões divergentes
Enquanto cerca de 58% dos adultos apoiam a presença de capelães religiosos oferecendo serviços nas escolas públicas, apenas 40% acreditam que professores deveriam liderar orações em sala de aula, segundo dados coletados entre 5 e 9 de junho de 2025 com 1.158 participantes de todos os Estados Unidos e D.C. Confira os resultados completos.
Debates sobre vouchers, escolas religiosas e orações públicas
Os resultados mostram que a maioria dos americanos é contrária a políticas que permitiriam escolas religiosas se tornarem escolas públicas financiadas com impostos. No entanto, há apoio equilibrado em relação à utilização de vouchers escolares para financiar instituições privadas ou religiosas, refletindo opiniões divididas no país.
Opiniões sobre orações e atividades religiosas nas escolas
55% dos entrevistados responderam que professores não deveriam liderar orações em aulas públicas, enquanto 60% opinaram que não deveria haver momentos obrigatórios de oração privada ou leitura religiosa.
Além de apoiar a presença de capelães religiosos, cidadãos de diferentes orientações partidárias compartilham opiniões semelhantes, especialmente entre cristãos evangélicos brancos e protestantes não brancos. “Grupos religiosos tradicionais demonstram maior tendência a apoiar a participação de religiosos nas escolas públicas”, explica o estudo, que destacou também posicionamentos semelhantes entre protestantes liberais e pessoas sem religião.
Opiniões sobre temas relacionados à religião e educação
O levantamento revelou que uma parcela significativa da população — cerca de um quarto a um terço — mantém posições neutras ou ainda não se posicionou sobre temas como vouchers financiados pelo Estado, imunizações obrigatórias e isenções religiosas, incluindo a questão de vacinas contra a COVID-19.
Embora as opiniões sobre isenções religiosas relacionadas a vacinas e financiamento de escolas religiosas sejam menos conclusivas por causa de um percentual considerável de respostas neutras, a maioria expressou resistência à flexibilização dessas políticas. Particularmente, a maioria se opõe a isenções religiosas para vacinas infantis obrigatórias nas escolas públicas, enquanto o apoio aos vouchers e escolas religiosas financiadas por dinheiro público é mais dividido.
Participação diversa nas opiniões
O estudo destaca que as opiniões variam pouco de acordo com a orientação política, mas são influenciadas pelo contexto religioso. Grupos como católicos, protestantes não brancos e evangélicos brancos tendem a mostrar maior apoio às iniciativas religiosas na educação pública do que aqueles sem ligação religiosa.
Segundo os analistas, essa diversidade de opiniões revela uma sociedade americana com debates ainda em andamento quanto ao casamento entre Estado e religião nos ambientes escolares, refletindo diferentes valores culturais e religiosos.
A pesquisa reforça a complexidade do panorama, demonstrando que o apoio à religião nas escolas não é absoluto, mas depende de várias nuances relacionadas às políticas específicas e às identidades religiosas dos indivíduos.
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