Brasil, 1 de julho de 2025
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17 filmes de Hollywood antigo que quase foram banidos por serem secretamente muito gays

Filmes dos anos 1930–1960 escondiam sutis e audaciosos temas LGBTQ+ por conta do Hays Code, mas muitos continuam sendo clássicos cheios de significado.

Durante o período do Hays Code, entre as décadas de 1930 e 1960, Hollywood precisava seguir rígidas regras que proibiam qualquer conteúdo considerado sexualmente inadequado ou ofensivo. Essa censura fez com que muitos cineastas criassem formas sutis — ou nem tanto — de abordar temas LGBTQ+, que quase levaram alguns filmes a serem banidos ou censurados. Reunimos aqui 17 filmes clássicos que, apesar das limitações, carregam mensagens e subtextos gays evidentes ou enigmáticos, tornando-se ícones de resistência e criatividade na sétima arte.

Filmes clássicos com fortes subtextos LGBTQ+ à espreita

Rebel Without a Cause (1955)

Estrelado por James Dean, símbolo da rebeldia, o filme é carregado de energia bisexual. O roteiro original previa um beijo entre Dean e seu amigo Plato, um dos primeiros personagens jovens gays na história do cinema, mas o Hays Code impediu. Ainda assim, a relação entre os personagens transborda tensionamento e tensão sexual.

All About Eve (1950)

Obra-prima de Joseph L. Mankiewicz, essa comédia dramática contempla uma série de referências queer sob uma narrativa afiada sobre ambição e manipulação. Com 14 indicações ao Oscar, o filme conta com atuações memoráveis de Marilyn Monroe em uma de suas primeiras participações. As sutis provocações e a dinâmica de poder entre os personagens sugerem desejos reprimidos e relacionamentos escondidos.

Homicidal (1961)

Um dos filmes mais aterrorizantes da era, Homicidal levou o suspense a um limite extremo, incluindo uma pausa dramática chamada “fright break” — uma medida para evitar que o público desmaiase com o terror. Porém, por trás do enredo, há uma atmosfera de homoerotismo e subtexto de repressão sexual.

Tea and Sympathy (1956)

Conta a história de um estudante sensível que sofre bullying por sua diferença na escola. Deborah Kerr interpreta uma mulher mais velha que recebe o jovem com empatia, criando uma relação carregada de delicadeza e possíveis desejos reprimidos em um cenário repressivo. A estética do filme reforça o viés de vulnerabilidade e aceitação.

Compulsion (1959)

Baseado no caso real de Leopold e Loeb, jovens ricos e sedutores envolvidos em um assassinato, o filme claramente insinua suas tendências homossexuais e a dinâmica de poder entre eles. Um thriller que revela as complexidades de uma sexualidade proibida e a resistência social ao que era considerado desvio.

Rope (1948)

Direção de Alfred Hitchcock, o filme é uma adaptação de peça teatral que também inspirou o caso Leopold e Loeb. Dois jovens queer planejam um assassinato e o escondem sob o teto de seu apartamento, enquanto o suspense se constrói em uma tentativa de parecer um filme em uma única tomada. Uma alegoria visual da repressão sexual e da crise de identidade.

Edge of the City (1957)

Drama urbano com John Cassavetes e Sidney Poitier, que retrata uma amizade que esbarra em temas de masculinidade e desejos reprimidos. Ruby Dee brilha em seu papel, reforçando a temática da resistência às expectativas sociais à homossexualidade na década de 1950.

The Children’s Hour (1961)

Estrelado por Audrey Hepburn e Shirley MacLaine, o filme mostra o efeito devastador de uma mentira — uma acusação de lesbianismo feita por uma criança que provoca caos em uma escola feminina. Baseado na peça de Lillian Hellman, é uma denúncia poderosa contra o preconceito que exige coragem para assistir.

Purple Noon (1960)

Adaptação de “O Talentoso Ripley”, esse filme francês é pura tensão sexual e manipulação. Ripley, personagem sedutor e ambíguo, exala uma sensualidade que flerta com a homossexualidade, tornando-se uma obra-prima do suspense erótico.

Strangers on a Train (1951)

No clássico de Hitchcock, dois homens com desejos ocultos trocam de vítima — uma troca de vidas carregada de ambiguidade e símbolos gays. Farley Granger interpreta um personagem atraente e enigmático, que adiciona uma camada de sedução ao thriller psicológico.

Suddenly, Last Summer (1959)

Interpretado por Katharine Hepburn e Elizabeth Taylor, o filme trata de segredos familiares, repressão e desejos escondidos. O enredo explora uma relação aparentemente hétero, mas carregada de subtextos homoeróticos e dilemas psíquicos profundos.

The Hitch-Hiker (1953)

Filme de suspense que revela a homofobia e o medo do sexo masculino reprimido. Dois amigos de viagem enfrentam um Hitchhiker perigoso, cuja evasiva sexualidade é implícita na narrativa tensa e claustrofóbica.

The Servant (1963)

Obra de Joseph Losey, que retrata as tensões de poder e desejo entre um jovem aristocrata e seu criado. A relação entre os dois é carregada de intimidade subversiva e potenciais desejos homoeróticos, na Londres dos anos 60.

Victim (1961)

Considerado o primeiro filme britânico a abordar abertamente a homossexualidade, “Victim” conta a história de um advogado gay pressionado por um chantagista — uma verdadeira revolução na representação LGBTQ+ na era. Peter Cushing brilha no papel do protagonista angustiado.

Advise & Consent (1962)

Epopeia política que mostra um senador conflitante, escondendo sua sexualidade. Sob o viés da paranoia e do segredo, o filme revela as tensões enfrentadas por gays na política americana, numa trama cheia de reviravoltas e subtextos.

The Haunting (1963)

Clássico do horror com uma personagem feminina que possui uma aura de delicadeza e uma presença queer não predatória. A atmosfera de isolamento e medo reforça a vulnerabilidade dessas figuras, numa narrativa que respira subtexto.

Rebecca (1940)

Filme de Alfred Hitchcock premiado com o Oscar de Melhor Filme, que apresenta Mrs. Danvers — uma personagem obsessiva e cheia de desejos reprimidos em relação à falecida Rebecca. Sua complexidade sugere um código de sexualidade invisível, mas palpável.

O legado de filmes repletos de subtextos ocultos

Apesar das limitações impostas pelo Hays Code, esses filmes são exemplos de criatividade e resistência na representação LGBTQ+. Muitos continuam a ser ícones de cultura pop, com mensagens que ultrapassaram décadas, revelando uma história de luta silenciosa por aceitação e liberdade.

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