Brasil, 30 de junho de 2025
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Vaquinha para alpinista que resgatou Juliana Marins é cancelada

Arrecadação de R$ 522 mil será devolvida após polêmica com taxa administrativa

Uma campanha de arrecadação de fundos para o alpinista Agam, que ajudou no resgate do corpo da brasileira Juliana Marins, foi cancelada no último domingo (29/6). Juliana foi encontrada morta após sofrer um acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, e a mobilização havia arrecadado um total de R$ 522 mil.

A polêmica da taxa administrativa

O cancelamento da vaquinha ocorreu após internautas expressarem preocupações sobre uma taxa administrativa de 20% sobre os recursos arrecadados. A instituição responsável pela campanha, Razões para Acreditar e Voaa, justificou que a taxa sempre foi informada previamente aos doadores. “A taxa de 20% praticada pela Voaa é resultado de um modelo de operação único, que vai além de simplesmente disponibilizar uma plataforma para arrecadação”, afirmaram as organizações envolvidas.

A devolução dos valores aos doadores ocorrerá automaticamente, sem a necessidade de ações adicionais, e respeitando os prazos de cada meio de pagamento, de acordo com as informações divulgadas.

O resgate em condições adversas

Agam, o alpinista, enfrentou condições climáticas severas durante a missão de resgatar Juliana, que estava presa a uma rocha a 590 metros de profundidade em um penhasco. O resgate foi arriscado e, segundo o alpinista, ele não tinha certeza se voltaria após descer. “Na hora que desci, sabia que talvez não tivesse volta. Mas ela não podia ficar lá sozinha”, disse Agam, que sofreu uma lesão na perna durante a operação.

Durante a difícil missão, Agam e os outros sete voluntários se viram em uma situação crítica, sem comida e enfrentando temperaturas adversas. O grupo, segundo relatos, chegou inclusive a dividir chocolate para conseguir se sustentar durante a noite que passaram acampados.

Controvérsias sobre o acidente

A morte de Juliana Marins gerou diversas discussões e controvérsias, principalmente acerca da atuação do parque que supervisionava a trilha. Manoel Marins, pai de Juliana, criticou os procedimentos adotados pelo parque após a comunicação do acidente. Ele argumentou que a Defesa Civil da Indonésia deveria ter sido acionada imediatamente, e não uma brigada de primeiros socorros que, segundo ele, não possuía equipamentos adequados para um resgate em tais condições.

“O guia nos disse que se afastou por 5 a 10 minutos para fumar. Quando voltou, não encontrou Juliana. Ele fez um vídeo e noticiou ao chefe dele de que ela estava desaparecida, mas demoraram a chamar a Defesa Civil. Isso poderia ter mudado o resultado”, afirmou Manoel em uma entrevista.

A situação se complica ainda mais com a alegação de que o guia, que estava acompanhando Juliana, se afastou dela e não tinha certificação. Isso levantou questionamentos sobre a segurança do trekking e o cuidado adequados aos turistas na região.

O impacto da tragédia

O trágico acidente não só abalou a família de Juliana, que está em luto, como também repercutiu nas redes sociais, onde muitos expressaram sua indignação com a maneira como o caso foi tratado. A morte de Juliana Marins, de apenas 26 anos, levanta a necessidade de uma revisão dos protocolos de segurança em parques nacionais na Indonésia, especialmente em trilhas de alto risco.

Conforme a história continua a se desenvolver, muitos esperam que as tragédias como essa possam ser prevenidas no futuro, por meio de melhorias nas condições e na segurança dos turistas, bem como na responsabilidade dos guias turísticos.

Este triste episódio serve como um lembrete não apenas da fragilidade da vida, mas também da importância da responsabilidade na assistência a aventureiros em ambientes tão desafiadores quanto o Monte Rinjani.

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