Um dos ritmos mais autênticos da cultura afro-brasileira, o samba junino, vem se consolidando cada vez mais em Salvador. Durante as festividades de São João, o movimento atraiu uma multidão ao Pelourinho, e agora, com a inauguração da 1ª Escola de Samba Junino na capital, o samba junino se torna um patrimônio cultural em constante crescimento.
A história e a relevância do samba junino
O samba junino emergiu na década de 1970 e, em 2018, foi reconhecido como patrimônio imaterial de Salvador. Vagner Shrek, gerente da Liga do Samba Junino, explica que essa manifestação cultural é vital para a identidade do povo soteropolitano. “Salvador possui cerca de 60 grupos de samba junino, sendo 22 associados à nossa liga, o que mostra a força e a relevância do samba junino na cultura local”, afirma Shrek.
A escola, localizada no bairro do Garcia, surgiu como uma iniciativa de Nonato Sanskey, compositor e músico de renome, que visa não apenas elucidar a história do samba junino, mas também proporcionar acesso à cultura nas comunidades periféricas. “É fundamental que nossas crianças conheçam a verdadeira história e os detentores dessa cultura”, ressalta Nonato.
Uma celebração cultural
Durante os seis dias de festas juninas em Salvador, mais de 26 atrações do samba junino se apresentaram no Pelourinho, refletindo a Popularidade e a importância do movimento. Embora enfrente desafios de financiamento e limitação de editais públicos, o samba junino se espalhou por diversas áreas da cidade, levando entretenimento e cultura a locais que tradicionalmente não têm acesso.
“Temos grupos em bairros como Nordeste de Amaralina, Vale das Pedrinhas, e Engenho Velho da Federação, mostrando que o samba junino chegou a todos os cantos de Salvador”, enfatizou Vagner. O movimento tem não só resgatado a cultura, mas também promovido uma nova geração de artistas da música baiana, como Tatau, Araketu, e Xexéu.
A primeira escola de samba junino
Inaugurada em 17 de junho, a 1ª Escola de Samba Junino de Salvador promete ser um espaço transformador. Além de oferecer cursos de capoeira, dança e percussão sem a necessidade de processo seletivo, a escola visa incentivar discussões sobre a narrativa do samba junino. “É uma oportunidade de explorar e celebrar a cultura afro-brasileira”, explica Nonato.
A turma de percussão começará no dia 1º de julho, com um edital da Fundação Gregório de Mattos, e em agosto, será aberta uma nova turma de dança com 40 vagas disponíveis para todas as idades. “O samba junino tem preservado a vida de muitos jovens e é uma parte essencial da nossa cultura na cidade”, conclui o fundador.
A importância cultural e social do samba junino
O samba junino não se resume a um ritmo musical; ele é uma estrutura que promove a inclusão cultural, formando músicos e atores sociais em sua essência. As dificuldades que o movimento enfrenta não diminuem sua importância; ao contrário, são combustíveis que fazem a chama da tradição brilhar ainda mais forte.
Com iniciativas como a criação da escola, o samba junino não só se preserva, mas também se expande, contribuindo para um entendimento mais profundo das raízes afro-brasileiras. Portanto, se você estiver em Salvador durante as festas juninas, não perca a chance de vivenciar essa rica e vibrante cultura que é o samba junino.
Manter viva essa tradição é crucial para a valorização e preservação da identidade cultural da Bahia, tornando-se um orgulho para todos os soteropolitanos e uma atrativa fonte de turismo cultural.
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