Brasil, 29 de junho de 2025
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Programa de crédito para motos elétricas promete impulsionar setor no Brasil

Lula anunciou nova linha de crédito voltada aos entregadores, mas o mercado de motos elétricas ainda representa apenas 0,5% das vendas

Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a intenção de lançar um programa de crédito específico para a compra de motocicletas elétricas, com foco especial nos entregadores de aplicativo. A iniciativa busca acelerar a adoção de veículos elétricos no país, onde o número de motos elétricas vendidas em 2025 ainda é ínfimo, representando apenas 0,5% das unidades vendidas até maio.

Perspectivas de impulso ao mercado de motos elétricas

Segundo Lula, o objetivo é facilitar o acesso dos profissionais de entregas às motocicletas elétricas através de linhas de financiamento acessíveis. “Vou abrir uma linha de crédito para financiar moto elétrica para os entregadores de alimentos neste país”, afirmou o presidente no último final de semana. Com essa medida, espera-se uma mudança no atual cenário, que registra pouco mais de 4.800 unidades emplacadas em 2025, número considerado baixo para um mercado emergente.

Atualmente, o Brasil possui uma frota de mais de 35 milhões de motos, das quais apenas uma pequena parcela — cerca de 10 mil — é totalmente elétrica, de acordo com especialistas do setor. A baixa participação reflete fatores relacionados ao preço elevado, autonomia limitada e à presença de poucos modelos das grandes marcas tradicionais, como Honda e Yamaha, que dominam o mercado com mais de 80% de participação.

Desafios na adoção de motos elétricas

O especialista em mercado automotivo Milad Kalume Neto comenta que as principais dificuldades envolvem o alto custo dos veículos e a autonomia reduzida. “A Watts W160S, por exemplo, custa cerca de R$ 19.311 e oferece autonomia de aproximadamente 100 km por carga, enquanto uma moto a combustão como a Honda CG 160, que custa R$ 16.440, fornece cerca de 642 km de alcance,” explica.

Essa limitação de autonomia, combinada ao alto valor de compra, envolve também dificuldades logísticas para os usuários, que precisam recarregar as baterias várias vezes ao longo do dia. Além disso, a falta de uma infraestrutura adequada de pontos de recarga ainda impede maior expansão do setor.

Iniciativas de aluguel e produção local

Para contornar esses obstáculos, algumas empresas adotam o modelo de aluguel de motos elétricas, oferecendo estações de troca de baterias compatíveis com autonomia de cerca de 65 km. Entre as principais atuantes estão a Riba e a Vammo, que já operam dezenas de pontos de troca em São Paulo e regiões próximas.

Quanto à origem das motos elétricas, toda a frota no Brasil é composta por importados ou modelos montados no país através do sistema CKD — com peças prontas do exterior que são montadas localmente. Segundo o especialista Wendel Lazko, da Shineray, há planos para ampliar a capacidade fabril, com investimentos de R$ 75 milhões em unidades no PE e na Manaus, para quadruplicar a produção.

Potencial de crescimento e produção nacional

Empresas como Riba e Vammo já produzem modelos adaptados que atendem às características do mercado nacional, com planos de aumentar a produção local conforme a demanda. “Se a procura aumentar, conseguimos escalar rapidamente”, afirma Carlos Augusto Serra Roma, da Riba. A fabricante também projeta iniciar a fabricação de modelos nacionais em CKD até o final deste ano.

Para especialistas, a implementação de um programa de crédito para entregadores pode representar o impulsionamento necessário para o setor. O diretor comercial da Watts, Rodrigo Gomes, destaca que essa iniciativa deve ser ampliada para toda a frota de motocicletas elétricas, contribuindo significativamente para a redução de emissões e para a modernização do transporte de cargas leves no Brasil.

Enquanto isso, o mercado de veículos elétricos no país segue em fase de crescimento, mas ainda distante de sua plena expansão. A expectativa é que, com o apoio de políticas públicas e melhorias na infraestrutura, as motos elétricas venham a ganhar espaço de forma consistente nos próximos anos.

Mais detalhes sobre as ações do governo e o cenário do mercado podem ser acompanhados na reportagem completa no g1.

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