Neste domingo (29), a cidade de São Miguel do Tapuio, no Piauí, se despede da jovem Iranilce Oliveira, de 26 anos, que foi brutalmente assassinada a facadas pelo ex-marido, Gustavo Maciel, em Setúbal, Portugal, no último dia 16. O velório ocorre na Igreja Assembleia de Deus, no Bairro Bandeirantes, e reúne amigos e familiares, refletindo o luto e a comoção que tomou conta da comunidade local.
Comoção e despedida na cidade natal
Iranilce deixa um alvo de dor e solidariedade, representado por seu pai, o pastor evangélico Ângelo Máximo, que expressou a grande perda que a família está enfrentando. “A família está aqui. Parentes e amigos estão chegando de todos os lugares e nós estamos recebendo todos. É uma perda irreparável”, relatou o pai, que estava à frente das homenagens à filha. O corpo foi liberado pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, chegando em sua cidade natal por volta das 4h da manhã, após uma espera angustiante de uma semana.
O sepultamento está previsto para acontecer às 17h deste domingo, e o clima no velório é de profunda dor. Iranilce deixa um filho de apenas três anos, que vivia com ela e Gustavo, mas que foi morar com os avós paternos, em Novo Oriente (CE), há cerca de um mês. Essa mudança de residência se deu em um contexto difícil, já que o ex-casal estava separado por aproximadamente um ano no momento do crime.
A tragédia em Portugal
O assassinato de Iranilce ocorreu dentro da barbearia onde Gustavo trabalhava, numa tarde fatídica em Lisboa. De acordo com o pai, Iranilce havia ido ao local para discutir questões relacionadas ao relacionamento, mas acabou sendo atacada de maneira brutal. A jovem foi esfaqueada sete vezes pelo ex-marido, que se entregou à polícia após cometer o crime.
As circunstâncias do crime levantaram questionamentos sobre a violência doméstica enfrentada por muitas mulheres. A Polícia de Segurança Pública de Portugal (PSP) confirmou que Gustavo Maciel, natural de Novo Oriente, no Ceará, foi preso imediatamente após se entregar, e está detido desde então, aguardando o desenrolar do caso.
Reflexão sobre a violência de gênero
A morte de Iranilce Oliveira traz à tona discussões urgentes sobre a violência contra a mulher, um problema persistente que afeta milhões de brasileiras. O caso de Iranilce é um lembrete trágico de que a violência doméstica pode ter consequências fatais e que, muitas vezes, as vítimas não encontram os recursos necessários para se proteger. Em síntese, a tragédia não é apenas uma história de perda, mas uma infinidade de histórias não contadas de dor e sofrimento enfrentados por mulheres ao redor do país.
A repercussão do caso terá efeitos a longo prazo nas discussões sobre leis de proteção e apoio à mulher, além da importância de se promover um diálogo mais significativo sobre como proteger vítimas de violência e prevenir novos crimes. O engajamento da comunidade em suporte às famílias afetadas por tragédias assim também é necessário para a construção de um futuro mais seguro e solidário.
Iranilce Oliveira ficará na memória de seus familiares e amigos como uma jovem cheia de vida, que foi tragicamente interrompida por um ato de violência insensata. O velório que agora acontece em São Miguel do Tapuio é não apenas uma despedida, mas um clamor por mudança e um fortalecimento da luta contra a violência de gênero.
