No último sábado, a família de Juliana Marins, a publicitária brasileira que morreu após cair em um penhasco enquanto fazia trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, fez graves acusações sobre a condução do resgate por parte do Parque Nacional onde ocorreu a tragédia. O pai de Juliana, Manoel Marins, afirmou que a responsabilidade central pela morte da filha recai sobre o coordenador do parque e o guia turístico que a acompanhava durante a trilha.
Erro nos protocolos de resgate
Segundo Manoel, o protocolo adotado assim que o acidente aconteceu foi inadequado. Ele acredita que, se as autoridades indonésias tivessem sido acionadas imediatamente, Juliana ainda poderia estar viva. “O correto seria ter chamado a Defesa Civil sem demora. Essa falha no procedimento é inaceitável”, ressaltou.
O pai de Juliana também mencionou uma séria negligência por parte do guia, que teria deixado a jovem sozinha por 5 a 10 minutos para fumar. “Ele voltou e não encontrou a Juliana. Ao retornar, às 6h08, já era tarde demais”, desabafou Manoel. Ele criticou a falta de urgência em acionar a Defesa Civil e a ineficácia da primeira brigada de socorro, que segundo ele, não estava equipada adequadamente para um resgate de emergência.
Expectativas de ajuda frustradas
Manoel detalhou que, após o guia perceber a ausência de Juliana, ele fez um vídeo e comunicou seu supervisor. Infelizmente, a decisão de chamar a Defesa Civil foi tardia, e somente após algum tempo, as autoridades chegaram ao local onde Juliana tinha sido vista pela última vez, mas o resgate já não era mais possível. A jovem havia caído cerca de 600 metros dentro da cratera do vulcão.
Família em busca de respostas e justiça
Toda a situação é ainda mais dolorosa para a família de Juliana, que não obteve um pedido de desculpas ou reconhecimento de erro por parte dos responsáveis pelo parque. Manoel expressou sua indignação: “O coordenador do parque demorou a acionar a Defesa Civil. Ele não assumiu a responsabilidade pelo que aconteceu.”
Problemas para trazer o corpo de Juliana ao Brasil
Além da dor pela perda, a família enfrenta novas dificuldades em trazer o corpo de Juliana de volta ao Brasil. Durante um comunicado nas redes sociais, eles informaram que a Emirates, companhia aérea responsável pelo translado, não estava confirmando a reserva do voo que levaria a jovem ao Rio de Janeiro. “Estamos tendo problemas com o voo que trará o corpo de Juliana. Precisamos que eles se mobilizem rápido”, desabafou um dos familiares.
As autoridades locais, como a Prefeitura de Niterói, já interviram e repassaram R$ 55 mil à família para cobrir os custos do translado, incluindo transporte e serviços funerários internacionais. No entanto, a chegada do corpo ainda depende de procedimentos burocráticos que podem atrasar a repatriação.
Reflexões sobre segurança nas trilhas
Esse trágico evento levanta questões importantes sobre a segurança nas trilhas e a responsabilidade dos guias turísticos. Manoel fez um alerta para os riscos, especialmente em regiões montanhosas como o Monte Rinjani: “É fundamental que os turistas se sintam seguros e amparados. Nunca é aceitável que um guia deixe um cliente sozinho em um local de risco.”
Enquanto a família de Juliana Marins luta para compreender o que realmente aconteceu e buscar justiça, muitos no Brasil e no mundo se unem em condolências e reflexões sobre a importância de protocolos de segurança nas atividades turísticas. A dor de sua perda é sentida por todos que conheceram e amaram essa jovem cheia de vida.