O rebaixamento do Olympique Lyonnais à Ligue 2 foi um golpe duro tanto para o clube quanto para seu proprietário, o empresário americano John Textor. Neste último sábado, Textor fez uma declaração pública onde reconheceu ter cometido erros na gestão do clube e anunciou sua decisão de se afastar do processo decisório, buscando uma nova direção para a equipe francesa. A situação deixa em aberto o futuro do Lyon e suas relações no futebol europeu.
Contexto da gestão de John Textor no Lyon
Textor é dono do grupo Eagle Football, que também inclui o Botafogo e o clube belga Molenbeek. Recentemente, ele anunciou a venda de sua participação no Crystal Palace, um clube na Premier League inglesa. A decisão de rebaixar o Lyon foi comunicada pela Direção Nacional de Controle de Gestão (DNCG), que não se convenceu com os argumentos apresentados pela administração do Lyon, levando o clube francês a anunciar que recorrerá da decisão.
—— “O nosso êxito fora de campo não correspondeu ao nosso sucesso dentro no gramado” —-, admitiu Textor em entrevista à agência AFP durante sua presença na Copa do Mundo de Clubes, onde assistiu aos jogos da competição. Ele deixou claro que, embora esteja investindo mais tempo na gestão da Eagle Football, há questões que ele não conseguiu administrar corretamente. Ele confiará em parceiros dentro do grupo para resolver esses problemas.
A reação do Lyon e críticos no contexto atual
A resposta do Lyon à DNCG foi uma declaração de que a decisão de rebaixamento é “incompreensível”. A torcida do clube francês também expressou sua insatisfação por meio de campanhas pedindo o afastamento de Textor. A crítica se estendeu não apenas à sua gestão, mas ao polêmico modelo de negócios que envolve a divisão de receitas com o Botafogo, onde os dois clubes operam sob um mesmo caixa.
Dívida e reputação em jogo
John Textor admitiu que seus esforços para reduzir a dívida acumulada pelo Lyon não foram suficientes para evitar o rebaixamento, especialmente após o clube ter terminado a Liga Francesa na sexta colocação. “Como acionista majoritário da Eagle Football, é evidente que não posso conseguir isso com a DNCG, por isso vamos trazer novos rostos para o jogo e trabalhar de forma muito construtiva com eles,” afirmou Textor, sinalizando a necessidade de mudanças significativas na direção do clube.
Além dos aspectos financeiros, o empresário enfrenta a resistência de outros clubes franceses, que criticam seu estilo de gestão, especialmente após incidentes como o empréstimo gratuito de jogadores enquanto lidava com proibições de transferência. “Acabamos de vender o Crystal Palace, então claramente não temos dificuldades financeiras. Nunca tivemos tanto dinheiro,” ressaltou o empresário em declarações à TV Globo.
O futuro para Lyon e Botafogo
O futuro do Lyon permanece incerto, e a pressão aumenta sobre Textor para que encontre uma solução eficaz que restabeleça a imagem e o desempenho do clube. A interação negativa com as torcidas organizadas e os desafios em manter a reputação junto aos demais clubes da Ligue 1 são fatores que complicam ainda mais sua situação. Neste contexto, o trabalho colaborativo com novos rostos pode ser a chave para a recuperação do Lyon e a reintegração ao cenário do futebol europeu.
Por enquanto, a continuidade de Textor à frente do Lyon está em xeque, e muitos esperam que as mudanças necessárias se concretizem para trazer um novo ânimo ao clube e sua fiel torcida.