O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos possíveis sucessores do bolsonarismo, chega à metade do seu primeiro ano de mandato com uma atuação até agora discreta, apresentando apenas dois projetos. Em um levantamento realizado pelo Metrópoles, constatou-se que dos 185 projetos encaminhados na Câmara de Balneário Camboriú, Renan teve uma participação tímida, refletindo sua cautela nas atividades políticas.
Atuação discreta e propostas polêmicas
Desde sua posse, Jair Renan apresentou dois projetos significativos, além de uma moção de repúdio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticando o que considera falta de atenção do governo federal para com Santa Catarina. Contudo, o foco de suas propostas causou controvérsia na cidade.
- O primeiro projeto, apresentado no último mês, propõe a proibição de símbolos considerados comunistas, socialistas e nazistas em espaços públicos e privados, incluindo escolas. Renan defende essa proposta com base em argumentos históricos, mencionando as mortes registradas sob regimes totalitários.
- O segundo projeto visa limitar a quantidade de moções que cada vereador pode apresentar por ano, o que tem gerado discussão entre os colegas. Renan justifica a medida como uma forma de gerenciar a pauta legislativa, mas muitos consideram que isso poderia silenciar vozes importantes.
Proibição de símbolos comunistas
No texto que fundamenta seu primeiro projeto, o vereador explica que “historicamente, o comunismo, o socialismo real e o nazismo deixaram um rastro de mortes, repressão e violações graves aos direitos humanos”, citando uma estimativa de mais de 100 milhões de mortes atribuídas a esses regimes no século XX. Segundo ele, a intenção é manter um ambiente educacional livre de “apologia e doutrinação” a esses conceitos, embora a proposta permita o uso de símbolos em contextos educacionais que não se configurem como tal.
A proposta atualmente está sob análise da Comissão de Justiça e Redação da Câmara e só avançará para deliberação em plenário se receber parecer favorável.
Limitação de moções
O segundo projeto de Renan, que pretende limitar o número de moções por vereador, visa evitar a sobrecarga de apreciações legislativas, mas suscitou debates sobre sua eficácia e potencial para cercear a expressão política. Neste sentido, Renan também tem elaborado moções de congratulações, como uma proposta em homenagem a um pastor local e a policiais militares por suas atuações no combate ao tráfico de drogas.
Além disso, sua moção ao presidente Lula expressa a indignação com o governo federal em relação ao tratamento dado a Santa Catarina, sendo aprovada por seus colegas. Aprovada a moção, ele questionou a postura do governo, enfatizando vulnerabilidades políticas e sociais que, segundo ele, devem ser abordadas.
Perspectivas políticas para o futuro
Renan Bolsonaro, que foi o vereador mais votado de Balneário Camboriú nas últimas eleições, com 3.033 votos, já está, segundo informações do Metrópoles, sendo cotado para uma candidatura a deputado federal em 2026, com o apoio de seu pai, o ex-presidente. Essa movimentação aponta para a intenção de solidificar sua carreira política e dar continuidade ao legado bolsonarista.
O vereador já se diferencia de outros membros da família ao se estabelecer em uma região onde não há presença significativa do PT, partido de Lula. Isso pode facilitar a sua trajetória eleitoral em um ambiente onde as ideias do ex-presidente ainda têm influência significativa.
À medida que o tempo avança e com as eleições de 2026 se aproximando, a atuação de Jair Renan na Câmara Municipal pode ser a base de sua futura carreira política, se mostrar bem-sucedido na articulação de propostas que ressoem com os eleitores da região.
Assim, Renan Bolsonaro se imprime na cena política de forma cautelosa, mas também provocadora, buscando espaço e reconhecimento em um ambiente disputado e que certamente será observado com atenção nos próximos anos.