O novo relatório do Índice Global da Paz (GPI), publicado pelo Instituto de Economia e Paz (IEP), classifica os países com base em seu “nível de pacificidade”. Nesta 19ª edição, a Rússia foi apontada como o país menos pacífico, enquanto a Islândia se destaca como a nação mais pacífica do mundo. A análise abrangeu 163 estados e territórios independentes, utilizando 23 indicadores para medir a segurança e a segurança social, a intensidade de conflitos (tanto internos quanto externos) e o grau de militarização.
Resultados do relatório e tendências de paz
Dentre os 163 países avaliados, 74 melhoraram sua classificação, enquanto 87 caíram em relação ao ranking do ano passado. O GPI observou uma deterioração média da pacificidade de cerca de 0,36%, marcando o sexto ano consecutivo em que a pacificidade global apresentou declínio. Essa tendência crescente de conflitos e militarização levanta preocupações sobre a estabilidade global.
O contexto global de conflitos
A situação internacional tem se tornado mais instável, com conflitos em regiões como a Ucrânia e o Oriente Médio intensificando as tensões em todo o mundo. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, abordou essa questão durante sua campanha presidencial anterior, destacando a necessidade de resolver as crises na Ucrânia e em Gaza. Nos últimos meses, Trump tem trabalhado em diversos acordos de paz, incluindo um assinado recentemente entre a República Democrática do Congo e Ruanda, que busca pôr fim aos confrontos entre as forças do governo congolês e os rebeldes supostamente apoiados por Ruanda.
O relatório do GPI revelou que existem atualmente 59 conflitos estatais ativos, o maior número desde o fim da Segunda Guerra Mundial e três a mais do que no ano anterior. Em 2025, o GPI destacou que “a pacificidade global continua a declinar”, com muitos dos fatores que antecedem conflitos em ascensão desde a era pós-Segunda Guerra.
Classificação de países e resultados importantes
Na lista do GPI, a Islândia ocupa a primeira posição, seguida por Irlanda, Nova Zelândia, Áustria, Suíça, Singapura, Portugal, Dinamarca, Eslovênia e Finlândia. O Canadá sofreu a maior queda entre os líderes, caindo para a 14ª posição, empatando com a Holanda, que manteve sua classificação. Os Estados Unidos ocupam a 128ª posição, logo à frente do Equador, Brasil e Líbia, mas atrás de Bangladesh, África do Sul, Honduras, Togo e Quênia.
Por outro lado, Israel ficou na 155ª posição, imediatamente antes de Sudão do Sul, Síria e Afeganistão. Vale ressaltar que tanto os EUA quanto Israel ficaram na última posição na categoria de “militarização”, um aspecto que parece ter um peso significativo dentro do GPI. Já a Rússia e a Ucrânia foram classificadas nas últimas posições no “domínio de conflitos em curso”.
Os últimos lugares no domínio de “Segurança e Segurança” foram ocupados por Afeganistão, Iémen, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e Sudão. O Território Palestino foi classificado como 145, à frente de Turquia, Iraque e Nigéria, mas atrás de Colômbia, Haiti, Irã, Níger e Paquistão.
Opiniões dos autores do relatório
Os autores do Índice Global da Paz 2025 observaram: “O mundo se tornou menos pacífico nos últimos 17 anos, com a pontuação média dos países deteriorando-se em 5,4% desde a criação do índice em 2008. Entre os 163 países no GPI, 94 apresentaram deteriorações, enquanto 66 tiveram melhorias e um não registrou alterações.”
Além disso, eles destacam que, apesar da deterioração geral da pacificidade global, alguns indicadores mostraram melhorias notáveis. “As percepções sobre criminalidade e taxas de homicídios continuam a seguir uma tendência de melhoria”, afirmaram. O índice de manifestações violentas também melhorou, embora tenha se deteriorado em 12 dos últimos 17 anos.
Os autores concluem reconhecendo que “houve melhorias substanciais para muitos indicadores de segurança e proteção, incluindo demonstrações violentas, impacto do terrorismo e a taxa de homicídios”. Embora a região da América Central e do Norte tenha registrado reduções significativas no número de homicídios, ela ainda continua a ter a maior taxa média de homicídios entre todas as regiões.
O Índice Global da Paz 2025 ressalta a necessidade urgente de esforços conjuntos para abordar a crescente volatilidade nos países menos pacíficos e encontrar caminhos de diálogo para reduzir tensões globais.