Na corrida pela presidência do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-ministro Edinho Silva se posiciona como um forte candidato. Ele acredita que o governo Lula representa o “maior patrimônio” da sigla e critica a necessidade de se afastar ou subestimar as conquistas do atual governo. Em uma entrevista recente, Edinho compartilhou suas visões sobre a trajetória do partido, os desafios que enfrenta e a perspectiva para as eleições de 2026.
Motivos de sua candidatura à presidência do PT
Edinho Silva afirma que quer ser presidente do PT para promover uma “construção coletiva”, visando revitalizar o partido e fortalecer sua relação com as bases. “O PT tem desafios a enfrentar. Para dar conta deles, precisa melhorar seu funcionamento e voltar a ter uma relação mais presente com sua base”, disse. Ele enfatiza a importância de abordar questões como segurança pública e transição energética, áreas que considera negligenciadas.
Superando resistências internas
O ex-ministro também refletiu sobre as supostas resistências que sua candidatura enfrentou. Embora reconheça que no início havia uma preferência por candidatos da ala majoritária, ele acredita que essas questões foram superadas. “Hoje tenho apoio de toda a corrente majoritária, a CNB, e das principais correntes do partido”, declarou, mostrando confiança em seu suporte dentro do PT.
A imagem de um candidato governista
Sobre a crítica de ser rotulado como um candidato governista, Edinho Silva profissionalmente rebateu. “O maior patrimônio do PT é o governo Lula. Se não fosse ele, o partido não teria superado as crises que viveu”, argumentou, ressaltando que a defesa do governo é crucial para o futuro da sigla. Ele acredita que evitar a defesa do atual governo seria um “imenso erro”.
Desempenho do governo e polarização
Ao ser questionado sobre a queda nas pesquisas de opinião que afetam o governo Lula, Edinho mencionou uma polarização social que impede o reconhecimento dos sucessos do governo. “Há um sentimento antissistema muito forte na sociedade, que vem da crise da democracia representativa. As pessoas votam e acham que a vida delas não muda”, analisou, relacionando essa situação a um fenômeno global.
Desorganização institucional no Brasil
Em relação à recente desavença sobre a manutenção do decreto do IOF e o apoio de partidos da base, Edinho descreveu a situação como um sintoma de uma desorganização institucional maior. “O Brasil não é mais presidencialista. Como você forma coalizão se o ministro não é mais quem executa o Orçamento?”, questionou, enfatizando a necessidade de maturidade política para enfrentar essas questões.
Reflexões sobre a estratégia de coalizão
Sobre a manutenção de alianças com partidos do Centrão, Silva afirmou que não discutiria “nesse varejo”, preferindo focar na construção de soluções estáveis para o país. A responsabilidade de abrir o diálogo com o Judiciário, segundo ele, recai sobre o presidente Lula.
Desafios para 2026
Por fim, Edinho Silva falou sobre a importância de pensar em alianças para as eleições de 2026. “Não entendo quem não acha necessário fazer um esforço para dialogar com setores que não votaram em Lula em 2022”, destacou. Ele advertiu que a cristalização da opinião pública poderia diminuir as chances de vitória do PT, enfatizando que o partido deve abrir canais de comunicação com eleitores que se afastaram nas últimas eleições.
Edinho Silva parece disposto a enfrentar os desafios à frente e trazer novas vozes ao partido, enquanto defende a importância do legado e das conquistas do governo Lula, delineando um caminho ambicioso para o futuro do PT.