Brasil, 29 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

A nova perspectiva da FIFA sobre o futebol sul-americano

O Mundial de Clubes trouxe lições de humildade e equilíbrio, segundo Arsène Wenger, diretor da FIFA.

O Grupo de Estudo Técnico (TSG) da FIFA reuniu especialistas internacionais para fazer um balanço do recente Mundial de Clubes, realizado nos Estados Unidos. O encontro, que contou com a presença de jornalistas, aconteceu em Miami e proporcionou importantes reflexões sobre o torneio. O destaque da conversa foi o Diretor de Desenvolvimento Global da FIFA, Arsène Wenger, que ressaltou as lições deste evento para os clubes europeus, destacando um novo clima de humildade gerado pela competição.

Um torneio de humildade e aprendizado

Arsène Wenger enfatizou que muitos clubes europeus chegaram aos Estados Unidos acreditando que eram superiores aos times sul-americanos. No entanto, essa percepção foi desafiada durante o torneio. “No geral, o que me surpreendeu foi perceber que, nós, europeus, às vezes chegamos aqui pensando: ‘ok, talvez sejamos um pouco fortes demais para o resto do mundo’. E isso foi, de certa forma, uma lição de humildade. Eles nos colocaram no nosso devido lugar aqui,” comentou Wenger.

O ex-treinador do Arsenal elogiou a atuação do Flamengo, que apresentou um jogo sem complexos. Ele ressaltou também a performance do Mamelodi Sundowns, que competiu em alto nível mesmo contra adversários europeus. Para Wenger, o torneio mostrou que a diferença entre os clubes não é tão grande quanto se imagina, especialmente quando os times sul-americanos jogam com confiança.

O público apaixonado e as lições do torneio

Outro ponto abordado por Wenger foi a grande presença de público nas partidas, com as cinco maiores audiências variando entre 60 mil e 80 mil torcedores. “Fiquei muito positivamente surpreso com a presença de torcedores e com a atmosfera dentro do estádio. O público sul-americano é muito apaixonado”, afirmou. Essa mesma paixão foi notada durante a Copa do Mundo no Catar, especialmente na torcida argentina, que trouxe à memória o clima vibrante da Bombonera, casa do Boca Juniors.

Wenger expressou sua esperança de que os clubes que participaram do torneio voltem para casa com a motivação de melhorar. “Nossa esperança é que os clubes que vieram aqui voltem pensando: ‘na próxima, sabemos que temos que trabalhar mais’. E que, nos seus próprios países, eles desenvolvam o jogo e também a educação,” disse ele. Este aspecto de aprendizado é fundamental para a evolução do futebol.

Contrastando estilos de jogo

O torneio também evidenciou a diferença entre os estilos de jogo dos clubes europeus e sul-americanos. Wenger destacou que enquanto os europeus são mais orientados à posse da bola e pressionam alto, os sul-americanos tendem a adotar uma postura defensiva mais sólida, utilizando o contra-ataque como principal arma. “A competitividade da competição nos mostrou o contraste entre estilos. Os times europeus foram muito orientados à posse de bola, com pressão alta. Já os brasileiros e sul-americanos preferiram linhas médias, com muita dedicação defensiva,” explicou.

Esse contraste evidenciou que a evolução do futebol ocorre de maneira dinâmica e rápida. Wenger comentou sobre a mobilidade dos jogadores e como os times hoje precisam se adaptar para alcançar novos níveis de competitividade. “A evolução é mais rápida do que antes. Hoje, perder a bola no próprio campo é fatal,” declarou.

Impacto dos jogadores sul-americanos

A presença de jogadores sul-americanos no torneio também foi uma questão importante. Wenger notou que aproximadamente 25% dos jogadores tinham origem Argentina ou Brasileira, um sinal de que esses países ainda produzem jogadores de elite com potencial para brilhar no cenário global. “Isso mostra que ainda produzem muitos jogadores de elite. Eu mesmo pensava que a maioria viria da Europa,” comentou.

O impacto que atletas como Messi podem causar em um torneio também foi destacado. “Existe uma diferença entre o melhor jogador e o mais influente. Messi não tem os melhores dados estatísticos deste torneio, mas é certamente o mais influente,” disse Wenger, referindo-se ao impacto que a presença do ídolo teve na performance do Inter Miami.

Por fim, Wenger também fez um apelo em relação à qualidade dos campos em que os jogos foram realizados. Ele afirmou que o gramado de Orlando não estava no nível que os clubes europeus esperam e que isso deve ser corrigido para futuras competições, como a Copa do Mundo.

As impressões e reflexões do TSG da FIFA após o Mundial de Clubes revelam uma transformação no entendimento do futebol global, que agora pode encontrar um novo equilíbrio com a crescente competitividade dos clubes sul-americanos, mostrando que o futebol é um esporte em constante evolução.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes