Elas não aparecem nas telas com frequência, mas suas vozes estão gravadas na memória afetiva de milhões de brasileiros. Seja nas chamadas de TV, nos anúncios de rádio, nas assistentes virtuais ou até nas ruas das cidades, algumas vozes se tornaram tão emblemáticas que dispensam apresentação. Elas ultrapassaram o tempo, os meios e os formatos e seguem ecoando como parte da história da comunicação no país. A seguir, relembramos algumas dessas vozes inesquecíveis e os profissionais por trás delas.
Uma viagem pelas vozes marcantes do Brasil
Carlos Fernandes
Mineiro de Uberlândia, Carlos Fernandes de Oliveira ficou eternizado pela forma como anunciava o famoso “carro do abacaxi”. Com uma dicção impecável e um timbre forte, ele fez da expressão “É doce, doooce, doooce… Parece que tem mel!” um verdadeiro clássico da cultura popular brasileira.
Apesar de nunca ter visitado Marataízes (ES), cidade onde sua voz ganhou projeção nacional, Carlos é lembrado com carinho pelos capixabas. Com mais de seis décadas dedicadas à locução, seu trabalho se tornou um símbolo afetivo para muitas gerações.
Dani Brandi
Você pode não reconhecer o nome, mas certamente já ouviu a voz de Dani Brandi. Antes de conquistar espaço na televisão aberta, ela foi a voz por trás de aplicativos de GPS como o Waze e também de operadoras de cartão e bancos, onde gravava menus de atendimento eletrônico.
A revelação foi feita durante sua participação no podcast PODCMAIS, apresentado por Laura Portiolli. Dani contou que o início dessa trajetória foi motivado por uma boa oportunidade de trabalho. Mas ela também já foi balconista, faxineira e vendedora antes de consolidar seu espaço no jornalismo.
Regina Bittar
Muito antes da popularização de assistentes como Siri ou Alexa, Regina Bittar já marcava presença nos dispositivos brasileiros. Ela foi a voz do Google Tradutor em português e também participou da Mediz, a primeira assistente virtual do país, lançada em 2001.
A locutora teve que gravar milhares de frases ao longo de um ano para viabilizar o projeto, que chegou a ser considerado pioneiro na navegação por voz. Sua contribuição é um marco na evolução da tecnologia de voz no Brasil.
Waldyr Santanna
Com uma carreira que atravessou o rádio, a TV e a dublagem, Waldyr Santanna ficou conhecido por emprestar sua voz a personagens icônicos, como Homer Simpson e Eddie Murphy em diversos filmes. Começou no rádio em 1956, passou por importantes emissoras e também atuou em novelas como “Roque Santeiro” e “Guerra dos Sexos”.
Waldyr não é apenas uma voz conhecida, mas uma parte da história cultural do Brasil, destacando-se pela versatilidade e pela incrível capacidade de dar vida a diferentes personagens.
Dirceu Rabelo
Por mais de cinco décadas, Dirceu Rabelo foi a voz inconfundível por trás das chamadas da Rede Globo. Presente em transmissões de novelas, eleições, Copas do Mundo e especiais de fim de ano, sua locução moldou o padrão de comunicação da emissora e tornou-se parte da memória afetiva dos brasileiros.
A contribuição de Dirceu Rabelo para a comunicação brasileira é inestimável. Seu estilo único de locução deixou uma marca indelével e se tornou sinônimo de confiança e credibilidade para o público.
O legado das vozes que moldaram o Brasil
A presença marcante dessas vozes na vida cotidiana dos brasileiros vai além do campo profissional. Elas evocam memórias e sentimentos, conectando gerações através de suas entonações e modos de falar. Cada um desses locutores e locutoras é parte de uma rica tapeçaria que conta a história da comunicação no Brasil.
Em um mundo cada vez mais digital e automatizado, recordar e valorizar essas vozes é essencial. Elas não são apenas sons; são partes vivas da nossa cultura e da memória coletiva. Com suas histórias e contribuições inestimáveis, Carlos Fernandes, Dani Brandi, Regina Bittar, Waldyr Santanna e Dirceu Rabelo permanecem no coração dos brasileiros.