Em uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que não hesitaria em bombardear o Irã novamente, especialmente se o país prosseguir com o enriquecimento de urânio. Trump advertiu o Ayatollah Ali Khamenei que ele está próximo de um “final feio”.
“Claro, sem dúvida. Absolutamente”, afirmou Trump ao ser questionado sobre a possibilidade de novos bombardeios nas instalações nucleares iranianas, caso isso fosse considerado necessário. Após a coletiva, ele fez uma longa publicação em sua conta do Truth Social, onde criticou duramente Khamenei.
“O país dele foi devastado, seus três malignos locais nucleares foram OBLITERADOS e eu sabia exatamente onde ele estava. Não permitiria que o Israel ou as Forças Armadas dos EUA, as mais poderosas do mundo, pusessem fim à sua vida. Eu o SALVEI de uma morte muito feia e ignominiosa”, escreveu Trump.
Na mesma publicação, Trump afirmou que o Irã “não tem esperança” e que a situação só tende a piorar. Ele desejou que a liderança iraniana entendesse que muitas vezes se consegue mais com “DOCES do que com VINAGRE”. “PAZ!!!”, finalizou.
A resposta de Khamenei e a escalada das tensões
Em resposta, Khamenei emitiu uma declaração afirmando que seu país havia dado um “tapa na cara da América” ao atacar uma base aérea dos EUA no Catar. Ele advertiu que novas agressões poderiam ocorrer no futuro.
Khamenei alegou que a intervenção dos EUA na guerra com Israel foi motivada pelo temor de que “o regime sionista fosse completamente destruído”. Segundo ele, os Estados Unidos só entraram na guerra para salvá-los, mas não obtiveram nada em troca.
“O Irã foi vitorioso e, em retaliação, deu um tapa na cara da América. Essa ação pode ser repetida no futuro”, afirmou, acrescentando que qualquer agressão resultaria em um preço alto para os opositores.
O impacto das tensões na diplomacia e no futuro das negociações
Trump, durante a coletiva de 56 minutos, se gabou do bombardeio realizado no Irã, dizendo que “o lugar foi bombardeado até o inferno”. Ele comentou sobre vários tópicos, incluindo a possibilidade de novos acordos de paz e a inspeção das instalações nucleares do Irã.
Trump acredita que as instalações foram “obliteradas” e desmentiu qualquer sugestão de que o dano não foi tão profundo quanto afirmou. “Estão obliteradas. Levará anos antes que eles possam se reerguer. Acredito que provavelmente seja a última coisa que eles têm para se recuperar de uma guerra extremamente dura”, disse.
Por outro lado, a posição do Irã sobre suas negociações nucleares permanece incerta. O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, anunciou em uma entrevista à televisão estatal iraniana que seu país poderia reevaluar a possibilidade de entrar nas negociações, mas não antes de um tempo indefinido.
“Nenhum acordo foi feito para retomar as negociações e nenhuma promessa foi feita. Não falamos sobre reiniciar os diálogos”, afirmou Araghchi. Ele ainda destacou que a decisão dos EUA de intervir militarmente complicou e dificultou as tratativas acerca do programa nuclear do Irã.
Reflexões de Trump sobre sua presidência e segurança
Durante a coletiva, Trump também comentou sobre as ameaças à sua própria vida. Ele relembrou um incidente em que foi alvo de disparos durante um comício em Butler, Pensilvânia, durante a campanha presidencial de 2024, e um ataque frustrado que ocorreu em seu Trump International Golf Club, em West Palm Beach.
Trump brincou que ainda sente uma sensação pulsante em sua orelha, que foi atingida no incidente de Butler, e admitiu que, se soubesse da taxa de mortalidade entre presidentes, talvez não tivesse concorrido à presidência.
“Eu sinto essa sensação pulsante. A cada vez que isso acontece, lembrava-me do perigo que é o meu trabalho”, disse o presidente, refletindo sobre o que significa ser uma figura pública em um cargo tão arriscado.
Até hoje, quatro presidentes dos EUA foram assassinados em funções: Abraham Lincoln (1865), James A. Garfield (1881), William McKinley (1901) e John F. Kennedy (1963). Ronald Reagan (1981) é o único presidente em exercício que foi ferido em uma tentativa de assassinato.