À medida que a Copa do Mundo de Clubes avança, a preocupação com estádios vazios e os altos custos de ingressos e hospedagens inicialmente pairavam sobre o evento. No entanto, a realidade foi um pouco diferente, com a FIFA expressando satisfação com os números de público registrados em diversas partidas. Durante a fase de grupos, a média de 34.758 espectadores e uma taxa de ocupação de 56,7% foram comemoradas pela entidade, refletindo um resultado positivo em um torneio inédito.
Expectativas vs. Realidade
Quando os ventos da Copa do Mundo de Clubes começaram a soprar, havia um misto de esperança e apreensão. A falta de interesse notada entre torcedores americanos e europeus, agravada pela política antimigratória de Donald Trump, gerou especulações sobre a possibilidade de estádios esvaziados. Contudo, além dos torcedores locais, brasileiros e sul-americanos garantiram a presença nas arquibancadas. Isso se refletiu em um público total de mais de 1,6 milhão de ingressos vendidos, um número considerado ótimo pela FIFA, especialmente para um campeonato dessa magnitude.
Clubes que mais atraíram torcedores
O Real Madrid se destacou como o clube que mais levou torcedores ao estádio, contabilizando impressionantes 197.474 fãs. Outros times que figuraram entre os cinco primeiros dados de público incluem o Paris Saint-Germain, Atlético de Madrid, Inter Miami e Palmeiras. O maior público registrado foi na partida entre PSG e Atlético de Madrid, com 80.619 espectadores, enquanto a menor assistência ficou a cargo de Ulsan HD contra Mamelodi Sundowns, com apenas 3.412 torcedores.
Clubes com maiores públicos
- Real Madrid (Espanha): 197.474
- Paris Saint-Germain (França): 184.946
- Atlético de Madrid (Espanha): 155.247
- Inter Miami (EUA): 153.624
- Palmeiras (Brasil): 142.368
Maiores e menores públicos na fase de grupos
As estatísticas de público variaram bastante, com os maiores públicos registrados durante a fase de grupos exibindo uma concentração de torcedores robusta, contrastando drasticamente com partidas que não atraíram interesse. Essa variedade evidencia a dificuldade dos grandes estádios em alcançar lotação máxima, mesmo com a presença de vários torcedores. Os preços elevados dos ingressos e as promoções feitas pela FIFA também destacam a necessidade de estratégias para atrair mais fãs.
Mobilização das torcidas
Apesar de algumas arquibancadas parecerem vazias, a mobilização das torcidas foi notável. Torcedores como Pedro Lambert, que assistiu a jogos do Botafogo nos EUA, testemunhou a transformação da atmosfera em partidas específicas, onde as torcidas se uniram em uma experiência vibrante, criando uma “segunda casa” para os brasileiros. O clima ao redor alguns jogos, como os confrontos do Botafogo, evidenciaram uma comunhão entre a comunidade brasileira nos Estados Unidos e aqueles que viajaram especificamente para apoiar seus times.
Desafios e pontos a melhorar
Além dos altíssimos custos de viagem e entradas, que foram reconhecidos como barreiras significativas, existem desafios adicionais a serem considerados. A diferença no gosto esportivo americano, em que o futebol não está entre os esportes principais, compete diretamente com outros eventos de grande porte, como a final da NBA. Essa realidade fez com que muitos torcedores preferissem assistir a outras competições enquanto a Copa do Mundo de Clubes acontecia.
Especialistas em marketing esportivo sugerem que uma divulgação mais ativa e estratégias de parcerias locais podem ajudar a aumentar a presença nos jogos nas edições futuras, enfatizando a importância de adaptar as iniciativas à cultura local em cada cidade-sede. Conforme destacado, “uma divulgação consistente no país sede e a prospecção de patrocinadores locais que queiram ativar seus clientes podem ser saídas para ter um público maior nos jogos”, reafirmam profissionais da área.
Embora o número médio de espectadores não tenha superado a média de eventos anteriores como a Copa América, os resultados da fase de grupos do Mundial de Clubes permitem que a FIFA veja um potencial renovado para próximos torneios. A expectativa agora gira em torno de como a organização lidará com esses desafios e como planejará o futuro da Copa do Mundo de Clubes, a fim de garantir a máxima experiência de torcedores em edições futuras.