O ex-zagueiro Mauro Galvão, ídolo de clubes como Internacional, Grêmio e Vasco, foi o convidado da semana do videocast “Toca e Passa”, do GLOBO. Durante a conversa, Mauro, que tem uma rica trajetória no futebol brasileiro, abordou o atual momento do Vasco, elogiou o engajamento da torcida, mas ressaltou a necessidade de mudanças significativas para que o clube recupere seu protagonismo no cenário do futebol nacional.
Mauro Galvão e a torcida do Vasco
Galvão não escondeu a sua preocupação com os últimos anos do Vasco, que tem passado por dificuldades e buscado se reerguer. Ele considerou o atual desafio um fardo não apenas para os jogadores e dirigentes, mas principalmente para os torcedores que esperam ver o clube disputando títulos relevantes. “Não pensei que fosse durar tanto para o Vasco, ficar longe de grandes conquistas e de ser protagonista”, disse o ex-zagueiro, enfatizando que essa situação pode ser bastante incomodativa para os fãs que seguem apoiando o time incondicionalmente.
O ex-defensor apontou que a solução não é simples e exige um trabalho organizado e criterioso. “Não existe salva-vidas. Ninguém vai salvar o Vasco. Tem que ter um trabalho organizado para que o time melhore com o tempo”, afirmou, deixando claro que a recuperação do clube deve vir de uma base sólida e planejada, em vez de soluções imediatas que não garantam resultados a longo prazo.
Reflexões sobre o estilo de jogo de Fernando Diniz
Outro ponto debatido por Mauro durante o videocast foi o estilo de jogo imposto pelo treinador Fernando Diniz. Com uma abordagem que privilegia a saída de bola desde a defesa, Galvão expressou suas reservas quanto a essa estratégia. “Particularmente, não sou muito fã. Me preocupa”, confessou. Para ele, a decisão de quando sair jogando deve partir do próprio zagueiro, que precisa avaliar a situação do jogo.
“Se está livre, sai jogando. Se está apertado, dá o chutão. Isso não é só chutar a bola para a lateral, mas sim um chute que você direciona e procura o centroavante. Mas tem que ser treinado”, completou.
A análise de Galvão levanta questões sobre a adaptação do sistema de Diniz aos jogadores do elenco e a importância de treinar essa saída de bola de forma eficaz para evitar riscos desnecessários durante as partidas.
Recordações do Bangu e de Castor de Andrade
Além de suas considerações atuais sobre o futebol, Mauro também relembrou com entusiasmo sua época no Bangu, onde chegou na segunda metade da década de 1980. Ele foi contratado por Paulo César Carpegiani, que havia trabalhado com ele no Sul, e contou como a figura do bicheiro Castor de Andrade foi significativa em sua trajetória no clube alvirrubro.
“Foi uma aventura bacana. Eu saí do Internacional já consagrado e vim para o Bangu, que naquele momento investia muito com o Castor, montando uma boa equipe”, recordou, mencionando sua chegada ao Rio de Janeiro e as primeiras impressões. “Estava até preocupado porque não chegava nunca em Bangu. Um cara foi me pegar no aeroporto e em vez de ir pela Avenida Brasil, foi pela zona sul porque queria me mostrar a praia”, disse entre risos, mostrando que uma abordagem humorada também faz parte de sua personalidade.
Mauro ainda elogiou Castor de Andrade, reconhecendo sua generosidade e apoio, especialmente em momentos difíceis. “Ele era muito legal, me ajudou bastante. É um cara que tenho muito respeito”, concluiu, ressaltando o impacto positivo que a figura do dirigente teve em sua vida.
O videocast “Toca e Passa” é uma excelente oportunidade para fãs de futebol conhecerem mais sobre a visão de grandes jogadores sobre suas carreiras e os desafios do esporte. Os interessados podem conferir os episódios disponíveis no YouTube, Spotify, ou Apple Podcasts.
Com sua vasta experiência e seu conhecimento profundo sobre o futebol brasileiro, Mauro Galvão continua a ser uma voz respeitada e influente no debate sobre o futuro do esporte no país.