Na próxima semana, um júri de Nova York, formado por oito homens e quatro mulheres, começará a deliberar sobre o destino de Sean “Diddy” Combs, em um julgamento que visa definir os rumos da carreira e da liberdade do ex-mogul do hip-hop, acusado de tráfico sexual. O juiz Arun Subramanian enviou os jurados para casa após os argumentos finais da defesa e a procuradora Maurene Comey ter solicitado, de forma incisiva, que o júri o considerasse culpado.
Pena grave em jogo
Sean Combs está enfrentando a chance de passar o resto da vida atrás das grades se for considerado culpado das acusações que incluem extorsão, tráfico sexual e transporte para exploração sexual, crimes pelos quais foi preso em setembro passado. O jurado receberá instruções do juiz às 9h da manhã no horário da costa leste dos Estados Unidos, e caso tudo ocorra conforme o planejado, os 12 jurados entrarão em deliberações secretas para alcançar um veredicto.
Se não chegarem a um consenso até 3 de julho, eles terão alguns dias de folga por conta do feriado de 4 de julho, retornando à corte na semana de 7 de julho. Houve momentos em que a esperança de uma decisão rápida surgiu, especialmente quando a defesa terminou seus argumentos com menos de 30 minutos, mas, com os argumentos finais se estendendo até depois das 17h, essa possibilidade foi para o ralo.
A estratégia da defesa
A defesa, liderada pelo advogado Marc Agnifilo, apelou ao júri para que visse o caso sob uma perspectiva diferente, alegando que as acusações não se tratam de crimes, mas sim de questões financeiras. Ele afirmou: “O que está em jogo aqui não é um crime, mas dinheiro”, referindo-se ao processo civil de $20 milhões movido por Cassie Ventura, ex-namorada de Combs, que se tornou uma testemunha-chave contra ele.
Durante suas argumentações, Agnifilo destacou que Ventura processou Combs por $30 milhões não por causa das alegações contra ele, mas por conta de suas finanças, insinuando que tudo isso surgiu devido à sua riqueza. Ainda assim, os promotores cutucaram a defesa, afirmando que ser um abusador não é uma defesa contra o tráfico sexual.
Testemunhas e depoimentos
As alegações contra Combs foram substanciadas por depoimentos, incluindo o de Cassie Ventura e outra testemunha, identificada como “Jane”. Ambas descreveram experiências de abusos e manipulações em seus relacionamentos com o rapper. Combs, que esteve presente em todas as audiências do tribunal desde sua prisão, optou por não testemunhar sob juramento durante o julgamento.
A procuradora assistente, Christy Slavik, fez um apelo aos jurados: “É hora de responsabilizá-lo. É hora de justiça. É hora de considerar o réu culpado.” Durante suas declarações, ela não hesitou em descrever a gravidade das alegações, enfatizando que os comportamentos abusivos de Combs eram parte de um padrão maior de opressão e manipulação.
A expectativa de um veredicto
A expectativa em relação ao veredicto dos jurados é alta, especialmente considerando a grave natureza das acusações. Os promotores fizeram questão de estabelecer que Combs não deve ser visto como uma figura intocável pela fama e riqueza, mas sim como alguém que deve ser responsabilizado por seus atos, independentemente do seu status.
Enquanto Combs enfrenta as consequências de suas ações, a questão do perdão presidencial, levantada por Donald Trump, permanece amplamente debatida e intensifica o interesse público no caso. Mas, até o momento, não há confirmação se Trump realmente está considerando um perdão para o rapper.
À medida que o júri se prepara para deliberar, a nação observa atentamente, ciente de que a decisão deles pode não apenas mudar a vida de Sean Combs, mas também marcar um precedente na luta contra crimes de abuso e tráfico sexual no meio artístico.