O empresário John Textor, CEO da holding multiclubes Eagle Football, se encontra em uma situação tensa e desafiadora. Ele foi ameaçado com uma ação judicial por três investidores que apoiaram sua aquisição do Olympique Lyon, clube francês que recentemente enfrentou rebaixamento da primeira divisão em meio a problemas financeiros. Além do Lyon, Textor também é proprietário da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo.
Ameaça de ação judicial por parte de investidores
Na última quarta-feira, os três investidores enviaram uma carta a Textor, reivindicando a recompra de ações da Eagle no valor de US$ 93 milhões (aproximadamente R$ 509,2 milhões na atual cotação), no prazo de uma semana. A resposta de Textor foi firme: ele afirmou que não deve nada aos empresários, ressaltando que eles “não têm direito aos benefícios contratuais que reivindicam”. Essa declaração indica um clima de tensão entre Textor e os investidores, que podem não estar dispostos a aceitar essa posição facilmente.
Desafios financeiros do Lyon e estratégia de recuperação
Atualmente, Textor e a Eagle Football atravessam um período delicado. Em meio a essa problemática com os investidores, o CEO anunciou que está vendendo suas ações do Crystal Palace, um clube da Premier League. Além disso, a holding está abrindo capital para novos investimentos nos Estados Unidos, tudo com foco em arrecadar fundos para o Lyon, que precisa apresentar um plano viável para melhorar sua situação financeira. Essa exigência vem do DNCG, o órgão regulador francês que supervisiona a saúde financeira dos clubes.
O impacto do rebaixamento do Lyon
Textor adquiriu o Lyon em 2022, numa transação que movimentou cerca de 900 milhões de euros (aproximadamente R$ 5,78 bilhões), incluindo dívidas do clube. Esta aquisição se tornou a maior da história do futebol francês. Apesar de resultados positivos em campo — com o Lyon terminando a Ligue 1 em sexto lugar e garantindo uma vaga na Europa League —, a situação financeira dos clubes franceses se deteriorou devido a negociações frustradas dos direitos de transmissão do campeonato.
No início deste ano, o clube reportou um prejuízo líquido de 117 milhões de euros (R$ 751 milhões) no primeiro semestre do ano fiscal e uma dívida total de 445 milhões de euros (R$ 2,56 bilhões), sem contar valores ainda não pagos nas transferências de jogadores. Essas cifras alarmantes tiveram como resultado a decisão do DNCG de rebaixar o clube para a segunda divisão.
Ações de venda e cortes no Lyon
Para tentar reverter essa situação, Textor já tomou algumas medidas drásticas. Ele vendeu ativos importantes do Lyon, incluindo o estádio e o time feminino, e recentemente negociou o jovem atacante Rayan Cherki com o Manchester City por aproximadamente 40 milhões de euros. Essas transações visam não apenas mitigar a dívida, mas também recuperar a saúde financeira do clube francês e proporcionar um futuro mais estável.
Uma crise em evolução
O cenário atual representa não apenas um desafio para John Textor, mas também uma testagem da resiliência da Eagle Football. As expectativas de retorno lucrativo à medida que a indústria esportiva se recupera após os impactos da pandemia são altas, mas Textor precisará navegar cuidadosamente as águas turbulentas de disputas jurídicas e financeiras. Como essa situação se desenrolará nos próximos meses poderá definir não só o futuro do Lyon, mas também a trajetória de Textor no mundo do futebol.
O futuro do Lyon e de John Textor está em uma encruzilhada, e as próximas semanas serão decisivas para definir a direção que ambos tomarão.