Brasil, 28 de junho de 2025
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Especialistas alertam sobre proposta de RFK Jr. de usar dispositivos de rastreamento de saúde em todos os EUA

Ao sugerir o uso obrigatório de wearables para monitorar a saúde, RFK Jr. levanta preocupações de segurança e privacidade entre especialistas

No contexto de uma audiência na subcomissão de Energia e Comércio da Câmara, o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., afirmou que gostaria que todos os americanos utilizassem dispositivos vestíveis de monitoramento de saúde, como smartwatches, rings inteligentes e monitores de glicose, para assumirem a responsabilidade por seu bem-estar. A iniciativa, embora ainda não seja obrigatória, prevê uma campanha do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) para incentivar o uso desses produtos.

O que Kennedy propõe e os riscos envolvidos

Segundo Kennedy, os dispositivos podem acompanhar métricas como níveis de glicose, frequência cardíaca e sono, ajudando na adoção de hábitos mais saudáveis. “A ideia é que as pessoas possam fazer julgamentos melhores sobre a sua dieta, atividade física e estilo de vida com base nos dados recolhidos”, explicou o secretário.

Apesar de não haver uma decisão formal de obrigatoriedade, especialistas alertam para os riscos associados à coleta massiva de dados de saúde, principalmente quanto à segurança e privacidade dessas informações.

Desafios de segurança e privacidade dos wearables

Riscos à segurança dos dados

Segurança é uma preocupação central. Kevin Johnson, CEO da Secure Ideas, ressalta que dispositivos de saúde, por já apresentarem vulnerabilidades conhecidas, podem ser portas de entrada para ataques cibernéticos. “Há casos em que hackers conseguem acessar informações de saúde que, por serem muito detalhadas, podem afetar áreas como seguros, crédito e privacidade”, disse. Johnson também lembra da brecha de 2018 envolvendo o aplicativo Strava, que expôs locais estratégicos de militares nos EUA.

Proteção de dados e implicações legais

Expert em segurança, Johnson também destaca que os dados coletados por wearables não são protegidos pelas mesmas leis que regem os prontuários médicos, como a HIPAA. Assim, há um risco maior de uso indevido ou venda dessas informações por parte das empresas, mesmo que elas prometam privacidade.

Alex Hamerstone, diretor de soluções de segurança ética, lembra que o governo já possui vastos bancos de dados de saúde, o que levanta dúvidas sobre o aumento potencial de acesso a informações pessoais, especialmente em um cenário de diminuição de garantias de proteção.

Impactos na sociedade e no indivíduo

Dados de saúde, se caírem em mãos erradas, podem comprometer a privacidade e gerar consequências como elevação de tarifas de seguros ou consequências sociais. Além disso, especialistas alertam para os riscos de acompanhamento de informações sensíveis, como níveis de glicose, dados reprodutivos ou irregularidades cardíacas, que podem criar uma narrativa detalhada do perfil de saúde de uma pessoa.

Pontuação final: o que fazer?

Para quem usa ou pretende usar wearables, autoridades recomendam revisão frequente das configurações de privacidade e atenção às permissões concedidas aos aplicativos. No entanto, mesmo com precauções, o controle total sobre os dados permanece uma questão complexa, dada a falta de regulamentação rígida sobre armazenamento, compartilhamento e venda dessas informações pelas empresas.

Perspectivas futuras e considerações

A adoção massiva de dispositivos monitoradores de saúde levanta uma série de questões sobre o futuro da privacidade, segurança e uso de dados pessoais. Especialistas alertam para os riscos de uma construção de perfis detalhados que podem ser utilizados além do interesse do usuário, especialmente diante do avanço da inteligência artificial, que pode fazer previsões sobre a saúde futura de indivíduos.

Antes de aderir a esse tipo de tecnologia, é importante que os usuários estejam cientes das vulnerabilidades e limites de proteção, para que possam tomar decisões informadas e proteger sua privacidade.

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