Brasil, 28 de junho de 2025
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Especialistas alertam sobre proposta de RFK Jr. de monitorar a saúde com dispositivos vestíveis

Consulta pública e preocupações de segurança elevam debates após proposta de uso obrigatório de wearables nos EUA

Durante audiência na Comissão de Energia e Comércio, o candidato à presidência Robert F. Kennedy Jr. sugeriu que todos os americanos usem dispositivos vestíveis para controlar a saúde, levantando alertas de especialistas sobre os riscos à privacidade e segurança.

RFK Jr. propõe uso de wearables para monitorar saúde dos americanos

Kennedy afirmou que deseja que os cidadãos façam uso de dispositivos como Fitbit, Apple Watch, Oura Ring e monitoradores de glicose para “assumir responsabilidade” por sua saúde. Segundo ele, esses aparelhos podem ajudar na análise de níveis de glicose, frequência cardíaca e outros dados relacionados ao bem-estar, promovendo escolhas alimentares e de estilo de vida mais conscientes.

Embora a ideia ainda não seja uma obrigatoriedade, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos anunciou que lançará uma campanha para incentivar o uso desses dispositivos. Especialistas destacam que o governo busca promover a automonitorização, mas a proposta levanta dúvidas sobre a proteção dos dados pessoais.

Segurança e privacidade dos dados de saúde

Risco de vazamento e uso indevido de informações

De acordo com analistas, os dispositivos vestíveis coletam informações como batimentos cardíacos, ciclo menstrual, padrão de sono e localização. “Esses dados podem revelar informações altamente sensíveis”, afirma Alex Hamerstone, diretor de soluções de segurança na TrustedSec. “Eles não são protegidos sob as mesmas regras de registros médicos tradicionais, como a Lei de Privacidade de Saúde (HIPAA).”

Especialistas alertam que o armazenamento e a venda de dados por empresas de tecnologia representam riscos adicionais. “Muitos dispositivos enviam suas informações para servidores na nuvem, sujeitos a vulnerabilidades, e as empresas frequentemente comercializam esses dados a terceiros”, explica Hamerstone.

Capacidade do governo de proteger essas informações

Kevin Johnson, CEO da Secure Ideas, relembra episódios de brechas de segurança envolvendo aplicativos de fitness, como o Strava, que expuseram locais de bases militares americanas. “Se já houve problemas de segurança em outros setores, por que confiar plenamente que o governo protegerá esses dados?”, questiona.

Ele acrescenta que vulnerabilidades técnicas nos dispositivos, além de falhas na proteção de dados, podem facilitar ataques cibernéticos. Johnson reforça ainda que o risco de vazamentos e o potencial uso indevido dessas informações por agentes mal-intencionados preocupam os especialistas.

Implicações para a privacidade e o futuro do controle de dados de saúde

Como esses dados não são protegidos como registros médicos tradicionais, podem ser usados para determinar taxas de seguros, credibilidade ou até acessibilidade ao crédito, segundo os especialistas. “Ver suas informações de saúde detalhadas sendo vendidas ou acessadas por terceiros pode ter consequências duradouras”, alerta Dave Chronister, CEO da Parameter Security.

Ele também destaca a questão do uso de inteligência artificial para analisar conjuntos de dados e fazer previsões sobre a saúde de uma pessoa, o que pode gerar impacto em suas condições de seguro ou na avaliação de risco, além de levantar questões éticas.

Recomendações para usuários de wearables

Os especialistas recomendam que quem usar esses dispositivos ajuste as configurações de privacidade e monitore regularmente as permissões concedidas. “Ainda assim, o controle sobre os dados depende das políticas das empresas e sua segurança”, afirma Chronister.

Ele reforça que a melhor estratégia é estar consciente dos riscos antes de compartilhar informações sensíveis e entender que, uma vez entregues, esses dados podem ser utilizados de formas que a pessoa não controlará no longo prazo.

Perspectivas e cuidados futuros

Com o aumento do uso de tecnologias vestíveis, o debate sobre proteção de dados, segurança e ética se intensifica. Especialistas alertam que, mesmo sem a intervenção direta do governo na coleta de dados, o risco de violações e uso indevido permanece alto, demandando atenção de consumidores e formuladores de políticas.

Enquanto as autoridades planejam campanhas de incentivo, os usuários devem ficar atentos às configurações de privacidade e às possíveis implicações de sua adoção em massa.

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