Após uma década de atividades e um período de silêncio criativo, a banda mineira Montese retorna ao cenário musical com força total. O lançamento de seu novo single, intitulado Nada, Para Ser Tudo, aconteceu em 17 de junho através da Algohits, a primeira musictech do Brasil, e antecipa o lançamento do primeiro EP inédito da banda desde seu retorno. Este trabalho não apenas reflete uma nova estética musical, mas também uma transformação espiritual significativa para o grupo.
A nova fase de Montese
Victor da Mata, vocalista da banda, compartilha que essa canção representa um verdadeiro divisor de águas: “Essa faixa chega como um ponto de virada pra gente — é o começo de um novo ciclo, tanto no som quanto na vibe da banda. Depois de uma pausa, foi como reencontrar quem a Montese realmente é”. O single oferece uma dose intensa de reflexões sobre a busca de sentido em tempos de incerteza, um tema que reverbera profundamente nas experiências que a banda viveu nos últimos anos.
Nada, Para Ser Tudo se destaca por seu peso existencial e por abordar o dilema de procurar significado em meio ao vazio. A música passa uma sensação de diretividade que contrasta com a crueza e o vigor das composições anteriores da banda. Victor explica que “no som, ela vem mais crua e direta, mas com muito cuidado nos detalhes, buscando equilíbrio entre a energia do hardcore e nuances mais melódicas que não apareciam tanto nos trabalhos anteriores”.
Uma fusão de estilos marcantes
Combinando post-hardcore, indie rock e um lirismo autêntico, o novo single une a fúria do punk noventista à urgência emocional da nova cena alternativa brasileira. Para os fãs que acompanham a banda desde os primeiros acordes, essa nova fase representa uma maturidade notável: o caos agora tem um propósito, e a raiva, um método.
A gravação de Nada, Para Ser Tudo foi feita de forma orgânica, sem concessões comerciais, resultando em um som que ecoa influências diversas, que vão de Fugazi a O Terno, de Pineapple Thief a Devotos. O produto final é uma obra visceral, impregnada de texturas sonoras únicas, distorções afloradas e um vocal que se assemelha a uma confissão íntima. “É o tipo de som que não tenta agradar: ele quer dizer”, salienta Victor.
A parceria com a Algohits
O lançamento do single marca também o início de uma nova parceria com a Algohits. Em declarações emocionadas, Victor expressa a confiança que a banda deposita nesse relacionamento: “A gente já acompanhava a Algohits há um tempo e sempre curtiu o trampo deles com bandas independentes — várias que a gente admira. Quando surgiu a ideia de lançar esse som, falamos com nosso produtor e dissemos: ‘Pô, por que não trocar essa ideia com eles?’. E rolou!”. Com as expectativas elevadas, ele reforça a importância desse lançamento após o hiato: “Voltamos com tudo, mais verdadeiros, mais nós mesmos, sem máscaras”.
Reflexões profundas e futuras promessas
Em sua essência, Nada, Para Ser Tudo explora a angustiante sensação de colapso — tanto no aspecto pessoal quanto social —, mas não se limita à dor. A canção abre caminhos para o renascimento e a reconexão com a essência. Atravessando um vazio que, longe de ser ausência, é um terreno fértil para uma reconstrução interior.
Ecos filosóficos, evocando a ideia da “noite escura da alma”, trazem uma leitura contemporânea da crise existencial que permeia a geração atual, onde a realidade nua e crua muitas vezes parece insuficiente. Montese promete uma entrega verdadeira com suas futuras produções: “A gente não tá voltando pra repetir receita, mas pra dizer o que precisa ser dito — com intensidade e coração”, conclui Victor.
O novo EP, que já está sendo aguardado ansiosamente, promete aprofundar os temas abordados no single e trazer uma série de novas composições que exploram conflitos, redenções e esperanças. Isto inclui um planejamento visual que abrange clipes e outros conteúdos que complementam as histórias que a banda pretende contar.
Para ouvir Nada, Para Ser Tudo, você pode conferir a canção na plataforma Spotify:
