Dirigido por Celine Song, o filme “Materialists” chega aos cinemas trazendo uma abordagem sincera e descomplicada sobre o amor na era do consumo e do controle emocional. Estrelado por Dakota Johnson, a obra discute como as pressões sociais e materiais influenciam as histórias de relacionamento atualmente.
Uma visão crítica sobre o amor e o materialismo
O filme narra a trajetória de Lucy, uma casamenteira que busca o par perfeito à altura das expectativas de seus clientes, mas acaba descobrindo que, na busca pelo amor ideal, ela ignorou o mais importante: a espontaneidade e a vulnerabilidade emocional. Ao longo do filme, a personagem confronta sua própria visão de relacionamento, que sempre foi pautada por requisitos materiais.
O impacto do capitalismo na relação amorosa
Um dos destaques é a reflexão de Celine Song sobre como o capitalismo e o consumismo moldam a forma como as pessoas se relacionam. Harry, interpretado por Pedro Pascal, é um símbolo do amor baseado em luxo — ele usa sua riqueza para mimar Lucy, acreditando que isso substitui o afeto genuíno. Porém, ela percebe que tudo não passava de uma fachada, e que o amor verdadeiro estava mais perto dela do que imaginava, representado por John, vividamente interpretado por Chris Evans.
O valor da vulnerabilidade e da comunicação honesta
Segundo a diretora, “namorar é difícil e o amor é muito fácil — ele acontece, sem controle, quando a gente menos espera”. Essa premissa fica clara na relação de Lucy com John, onde o sentimento nasce de uma conexão profunda, silenciosa, baseada na compreensão mútua e na aceitação total do que cada um é.
Celine Song reforça a importância de abandonarmos a tentativa de controlar o amor, abrindo espaço para a vulnerabilidade e o diálogo aberto. Em suas palavras, “amar é uma linguagem que só funciona quando a gente se permite sentir”.
Controvérsia e críticas
Desde seu lançamento, o filme vem dividindo opiniões do público. Enquanto alguns esperavam uma comédia romântica tradicional ao estilo de “Como perder um homem em 10 dias”, outros reconhecem em “Materialists” uma obra necessária — uma narrativa que retrata de forma crua e honesta os altos e baixos das relações atuais.
Algumas plataformas online questionaram a mensagem do filme, alegando que reforça a tal “propaganda do homem pobre”, mas o próprio enredo demonstra uma crítica contundente ao que muitos interpretam como uma banalização do amor comercial. Celine Song deixa claro que a questão central não é o dinheiro, mas a autenticidade na conexão emocional.
Um convite à reflexão sobre o amor de verdade
A obra é carregada de emoções: é tosca, romântica, triste, esperançosa e, sobretudo, realista. Como destacou a diretora na entrevista ao podcast Modern Love, o filme nos leva a uma compreensão mais profunda de que o amor exige entrega total, uma quebra das expectativas e uma coragem de mostrar quem realmente somos.
Se você busca uma história que desafia o conceito de amor superficial e questiona os padrões modernos, “Materialists” chega como um lembrete de que o valor de uma relação está na vulnerabilidade, na comunicação e na humildade. Afinal, todo mundo merece sentir-se visto por quem realmente é, não pelo que possui ou pelas expectativas sociais que carrega.
Para quem deseja se emocionar, refletir e reconectar-se com a essência do amor, a obra de Celine Song é uma escolha obrigatória.