O ex-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Francisco Eronildo Feitosa Rodrigues, foi condenado a 54 anos, seis meses e 12 dias de prisão por práticas de corrupção, especificamente por cobrança de propina. A decisão, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não cabe apelação e representa um desfecho importante após uma cadeia complexa de investigações e julgamentos.
A trajetória da condenação
A primeira condenação de Feitosa ocorreu em 2021. Inicialmente, a pena chegou a impressionantes 73 anos, 11 meses e 28 dias, mas, após a reconsideração do caso e a aceitação de recursos, a pena foi reduzida em 19 anos. O processo que culminou na decisão do STF passou por várias instâncias judiciais, onde todos os recursos defendendo sua inocência foram rejeitados por unanimidade.
Detalhes sobre a cobrança de propina
De acordo com investigações, Francisco Rodrigues atuava como chefe do Departamento de Logística e Finanças da PMDF. Nesse papel, ele tinha a responsabilidade de gerenciar os pagamentos de empresas que mantinham contratos com a corporação. Utilizando sua posição para constranger empresários fornecedores, Feitosa exigia propina para aprovar os pagamentos pelos serviços prestados. Este esquema ilegal foi descoberto durante uma operação de investigação da Polícia Civil, que levou à sua prisão em 2017 – um marco, uma vez que ele foi o primeiro coronel da ativa da PMDF a ser detido por corrupção.
Consequências e repercussões
Após ser preso, Feitosa ficou detido por 72 dias e foi liberado em janeiro de 2018. Recusando-se a permanecer em silêncio sobre o caso, a situação só piorou ao longo do tempo. Assim que saiu da prisão, ele foi colocado na reserva da PMDF recebendo um salário integral de R$ 17,6 mil, levantando ainda mais questionamentos sobre a impunidade e os privilégios muitas vezes desfrutados por membros da corporação.
Outras investigações envolvendo o ex-coronel
Francisco Feitosa não é desconhecido na mídia, tendo um histórico controverso que vai além deste caso de corrupção. Em 2014, enquanto ainda ocupava o cargo de tenente-coronel, ele foi investigado após uma incidentes dramáticos, onde foi flagrado embriagado em via pública com uma pistola na cintura, caindo próximo a uma viatura. Além disso, em 2012, ele foi processado por tentativa de agressão sexual contra uma garçonete e uma sargento da PM, situação que ficou gravada em câmeras de segurança. O processo resultante desse episódio ainda aguarda julgamento de apelação no Superior Tribunal de Justiça.
A luta contra a corrupção nas forças policiais
A condenação de Francisco Feitosa se insere em um contexto mais amplo de luta do Brasil contra a corrupção dentro das estruturas de poder, especialmente nas forças de segurança pública. A sociedade clama por maior responsabilidade e transparência entre aqueles que têm a missão de proteger a população. Casos como o de Feitosa evidenciam como a corrupção pode comprometer esses valores.
À medida que o STF toma decisões firmes como essa, espera-se que o impacto desencadeie discussões mais aprofundadas sobre a necessidade de reformar instituições e implantar práticas que assegurem a integridade e a justiça no serviço público. A condenação também sinaliza que nem mesmo os mais altos escalões da força policial estão acima da lei, refletindo um novo caminho na busca por segurança e ética nas práticas de governança no Brasil.
Os próximos passos para o ex-coronel agora envolvem a certeza de que a justiça deve ser sempre feita, independentemente da posição que alguém possa ocupar.
Leia mais sobre a região e tópicos relacionados no g1 DF.