Na noite de terça-feira (18), a vitória de Zohran Mamdani na primária democrática de Nova York gerou forte reação de setores de direita, que reagiram com críticas e acusações extremas. Mamdani, um socialista democrático e primeiro candidato muçulmano a concorrer à prefeitura da cidade, venceu uma disputa acirrada contra o ex-governador Andrew Cuomo, que acabou por conceder a derrota, segundo informações do BuzzFeed.
Reações extremas da direita contra Mamdani
A ex-favorita, Laura Loomer, uma figurete de extrema direita e aliada de Donald Trump, utilizou suas redes sociais, especialmente o X (antigo Twitter), para atacar Mamdani, alegando que a cidade enfrentará um verdadeiro “9/11” sob sua liderança. “Nova York esqueceu todas as vítimas do 11 de setembro mortas por muçulmanos. Agora, um muçulmano comunista será o prefeito da cidade. Saia enquanto pode”, escreveu Loomer — uma teórica da conspiração e extremista anti-musulmana que já foi banida da plataforma e posteriormente reintegrada.
Ela também alegou sem evidências que Mamdani é “literalmente apoiado por terroristas”, reforçando seus ataques de natureza islamofóbica — um discurso que tem sido repetido por outros opositores. Mamdani, que não hesitou em falar abertamente de sua fé durante a campanha, também recebeu críticas por suas posições sobre a Palestina, o que intensificou sua exposição a ameaças de morte, levando a investigações policiais.
Críticas de figuras conservadoras e ataques políticos
Outros líderes de direita não economizaram na retórica. Clay Travis, fundador do OutKick e comentarista na Fox News, criticou Mamdani por supostamente querer prender o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, caso o visite Nova York. Essa narrativa acompanha o alerta de ordem internacional, onde Netanyahu, alvo de um mandado da Corte Penal Internacional por crimes de guerra, é representado como uma ameaça na narrativa de certos setores conservadores.
Além disso, Charlie Kirk, cofundador da Turning Point USA, usou novamente o atentado de 11 de setembro para advogar contra Mamdani, referindo-se a ele como “Muçulmano socialista” e apontando que “está na velocidade de administrar Nova York”. Quando questionado por Jessica Tarlov, do Fox News, Kirk manteve sua postura, defendendo suas declarações de caráter ofensivo e islamofóbico.
Outros ataques e polarização política
A representante Elise Stefanik, do Partido Republicano, acusou Mamdani de ser um “radical, comunista, antisemita e jihadista”, em uma escalada de ataques pessoais que refletem a polarização crescente em torno do futuro político da maior cidade do país. Ela também afirmou que a governadora Kathy Hochul estaria “em pânico” com os resultados do primary, mesmo sem apoio explícito a qualquer candidato.
Por sua parte, Hochul manifestou a esperança de discutir formas de garantir uma Nova York “segura, acessível e vivível” com Mamdani no futuro, destacando a complexidade do cenário político local.
Programas e propostas de Mamdani
Na campanha, Mamdani destacou suas propostas progressistas, incluindo transporte gratuito, creches acessíveis e supermercados municipais, evidenciando seu alinhamento com causas de esquerda. Sua vitória representa um marco na retomada de políticas sociais na cidade, mas também acende o alerta na direita radical, que promete intensificar sua oposição caso ele avance na disputa geral.
Este episódio evidencia a crescente polarização no cenário político de Nova York, onde os apoiadores de direita desembainham ataques de teor misógino, islamofóbico e conspiratório, enquanto a esquerda celebra uma vitória histórica.
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