Durante a análise do “One Big Beautiful Bill” no Senado, os bispos dos Estados Unidos destacaram a importância de proteger grupos vulneráveis. Em comunicado, o presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, Arcebispo Timothy Broglio, enfatizou que o projeto de lei inclui avanços na defesa da vida e na autonomia educacional, mas alerta para mudanças necessárias para garantir a dignidade de todos.
Recomendações dos bispos para o “One Big Beautiful Bill”
Broglio ressaltou que “as disposições do projeto que promovem a dignidade humana e a liberdade dos pais na educação são passos importantes”, conforme destacou em declaração oficial. Contudo, ele apontou que o Congresso deve agir com coragem para proteger os mais necessitados, além de fazer alterações que priorizem o bem comum.
Em uma carta enviada aos senadores, assinada pelo Arcebispo Borys Gudziak e pelos bispos Robert Barron, Kevin Rhoades, Mark Seitz, O’Connell e Daniel Thomas, os líderes religiosos destacaram que apoiam o compromisso do projeto de lei de acabar com o financiamento de grandes provedores de aborto e “deixar claro o apoio à liberdade dos pais na educação”.
Desafios e críticas às medidas propostas
Os bispos manifestaram preocupação com os cortes previstos em programas essenciais, como o Medicaid e o Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP). Eles alertaram que tais cortes podem deixar milhões de pessoas sem acesso à alimentação adequada, aumentando o risco de fome.
Além disso, os líderes religiosos se posicionaram contra o aumento de recursos destinados à fiscalização migratória, destacando que essa medida afetaria famílias imigrantes e deestatus misto, muitas com fortes vínculos com a comunidade americana. “Essas ações prejudicariam também a proteção ao meio ambiente, pois os cortes em incentivos à energia limpa e programas ambientais irão aumentar a poluição e afetar futuras gerações”, acrescentaram na carta.
Posições dos bispos e próximos passos
Broglio reforçou que “o projeto fornece incentivos fiscais para alguns, mas também mina a rede de proteção social por meio de cortes significativos à assistência nutricional e ao Medicaid”. Ele destacou ainda que o documento “não protege as famílias e crianças e promove uma abordagem de aplicação rígida para a imigração, além de prejudicar a criação de um ambiente sustentável e limpo”.
Conforme o texto da carta, os bispos pedem uma revisão geral do projeto para que seja possível promover o bem comum e proteger as pessoas mais vulneráveis. Eles recomendam que os senadores ajustem as propostas para garantir que os direitos de todos sejam realmente defendidos.
O Senado deve discutir o projeto nas próximas semanas, com a expectativa de que novas versões possam conciliar as prioridades do governo com as preocupações dos líderes religiosos e de grupos sociais em situação de vulnerabilidade.