Blaise Metreweli, de 47 anos, está prestes a se tornar a primeira mulher a chefiar o MI6, agência de inteligência britânica. Uma revelação recente sobre sua ascendente familiar, salientada pelo Daily Mail, trouxe à tona o passado sombrio de seu avô, Constantine Dobrowolski, um colaborador nazista que se orgulhava de ter participado do extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
História de Constantine Dobrowolski
Os documentos de arquivos alemães, que foram descobertos pelo Daily Mail, revelam que Dobrowolski infiltrou-se no Exército Vermelho e se tornou informante dos alemães, sendo conhecido entre os comandantes da Wehrmacht como “Agente nº 30” ou “O Açougueiro”. Ele relatou a seus superiores como teria “participado pessoalmente na exterminação dos judeus”, finalizando essas cartas com a saudação “Heil Hitler!”.
Em meio ao caos da guerra, os líderes soviéticos colocaram uma recompensa que equivale a cerca de £200.000 (aproximadamente R$ 1,5 milhão) para capturá-lo, considerando-o o “pior inimigo do povo ucraniano”. Dobrowolski, nascido em 1906 de pai germano-polaco e mãe ucraniana, teve sua infância marcada pela violentíssima Guerra Ucraniano-Soviética, que resultou na morte de muitos de seus familiares.
Uma vida marcada pela traição
Depois de passar 10 anos em um campo de prisioneiros na Sibéria por dissidência e antissemitismo, Dobrowolski viu uma oportunidade quando os alemães invadiram a Ucrânia em 1941. Ele se juntou ao Exército Vermelho, mas logo conseguiu se infiltrar nas fileiras nazistas, servindo em uma unidade de blindados da SS. Durante esse período, ele teria participado da limpeza étnica dos judeus na cidade ocupada de Kyiv.
Legado controverso e repercussões políticas
Blaise Metreweli não conheceu seu avô, que permaneceu na Ucrânia quando sua família fugiu da ocupação soviética em 1943. De acordo com relatos, seu pai também se chamava Constantine Dobrowolski, mas adotou o sobrenome Metreweli ao se mudar para o Reino Unido.
A revelação sobre a origem de Metreweli certamente será explorada por propagandistas do Kremlin, conforme afirmou Beka Kobakhidze, uma historiadora georgiana que investigou sua árvore genealógica. Isso poderá se tornar um “ponto de discussão favorito” entre aqueles que desejam atacar o novo líder do MI6.
Um porta-voz do Foreign, Commonwealth & Development Office defendeu Blaise, afirmando que ela “nem conheceu, nem se encontrou com seu avô paterno” e ressaltou que sua linhagem é marcada por conflitos e divisões, algo que é comum entre muitos com heritage do Leste Europeu. O porta-voz ainda destacou que essa complexidade contribui para o compromisso de Metreweli em prevenir conflitos e proteger o público britânico contra ameaças contemporâneas.
A ascensão de Blaise Metreweli à liderança do MI6 marca um momento histórico e representa mais um passo em direção à inclusão de mulheres em posições de poder no setor de inteligência britânico, mesmo diante de um legado familiar tão controverso.
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