Ao longo dos anos, artistas lançaram letras de músicas que chocaram o público por suas referências a assuntos delicados como racismo, violência, abuso sexual e outros temas polêmicos. Muitas dessas músicas foram lançadas e reproduzidas sem a devida reflexão sobre o impacto de suas letras na sociedade.
As letras mais controversas da música moderna
1. “Playin’ with the pussy ain’t enough / Imma treat it like Rihanna, bitch / Call me Chris Brown” — Glasses Malone (“#Rihanna”)
Esta letra demonstra uma tentativa de provocação explícita, misturando violência e sexismo de forma desrespeitosa, além de um comentário polêmico sobre relacionamento abusivo.
2. “In about three years, holla at me Miley Cyrus” — Mack Maine (“Every Girl”)
Referências à proximidade com uma menor de idade geraram forte repercussão, levantando questionamentos sobre espaço para letras que abordam abuso ou exploração infantil.
3. “Put Molly all in her champagne / She ain’t even know it” — Rick Ross (“U.O.E.N.O”)
Letra que claramente insinua o uso de drogas sem o consentimento da parceira, destacando temas de consentimento e abuso de drogas.
4. “I be fuckin’ broads like I be fuckin’ bored / Turn a dyke bitch out, have her fuckin’ boys” — A$AP Rocky (“Fuckin’ Problems”)
Discurso que reproduz violência de gênero e transfobia, além de uma narrativa de objetificação feminina.
5. “How I’m antisemitic? I just fucked a Jewish bitch” — Kanye West (“VULTURES”)
Comentário ofensivo e antissemitismo disfarçado de provocação, gerando condenação e debates sobre os limites da liberdade artística.
Outros exemplos que chocaram o público
“First you find a house and scope it out / Find a Chinese neighbourhood, ‘cause they don’t believe in bank accounts” — YG (“Meet the Flockers”)
Letra considerada racista, reforçando estereótipos negativos e alimentando o preconceito racial, e que foi posteriormente censurada.
“Age ain’t nothing but a number / Throwing down ain’t nothing but a thing / This loving I have for you / It’ll never change” — Aaliyah, na música escrita por R. Kelly
Comentário sobre relacionamento com uma menor de idade, tornado ainda mais grave pelo contexto de abuso e exploração sexual que envolveu o cantor R. Kelly.
6. “Don’t touch what you can’t grab / End up with two backhands / Put anthrax on a Tampax / And slap you ‘til you can’t stand” — Eminem (“Superman”)
Letras agressivas que incitam violência física e abusos, reforçando uma narrativa de agressão contra mulheres e pessoas vulneráveis.
7. “I don’t care if you’re just 13 / You look too good to be true / I just know that you’re probably clean / There’s one little thing I got to do to you / Jailbait, you look so good to me” — Ted Nugent (“Jailbait”)
Música que romantiza a exploração de menores, gerando grande repercussão pelo conteúdo inadequado.
8. “I’m a runaway slave master / Shittin’ on the past, gotta spit it like a pastor” — Iggy Azalea (“D.R.U.G.S”)
Discurso que insinua racismo e apropriação cultural de forma ofensiva, além de uma narrativa desrespeitosa com a história da escravidão.
9. “At break of day when that man drove away I was waiting / I crossed the street to her house and she opened the door / She stood there laughing / I felt the knife in my hand and she laughed no more” — Tom Jones (“Delilah”)
Letra que descreve um ato de violência extrema, como tentativa de assassinato, causando desconforto pelo seu teor agressivo.
10. “She’s only seventeen (Seventeen) / Daddy says she’s too young / But she’s old enough for me” — Winger (“Seventeen”)
Romantização de relacionamento com uma menor de idade, gerando críticas por promover a exploração sexual infantil.
Impacto na sociedade e debates atuais
Algumas dessas letras, além de ofensivas, revelam contextos de abuso e discriminação que exigem reflexão por parte da indústria musical e dos ouvintes. O caso de Aaliyah, por exemplo, envolvendo R. Kelly, reacendeu discussões sobre exploração sexual de menores na música.
Além disso, músicas como “Meet the Flockers” tiveram suas letras censuradas após denúncias de conteúdo racista, demonstrando o peso que a sociedade tem dado às mensagens transmitidas nas letras de canções.
Responsabilidade e conscientização no universo musical
Os exemplos acima reforçam a importância de artistas e produtores repensarem o impacto de suas obras. Discurso de ódio, racismo, exploração sexual e violência não podem ser naturalizados ou minimizados em letras de músicas.
Se você ou alguém que conhece vivenciou abuso sexual, é fundamental procurar ajuda. O Disque 1-800-656-HOPE está disponível para orientar vítimas no combate ao abuso e ao silêncio.